sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

PCdoB aposta em Aldo para disputa do Congresso.

Integrantes do partido comunista esperam convencer PSB, PDT, PMN e PRB a terem candidato na disputa pelo comando da Câmara, jogam fichas no deputado paulista, mas deixam a porta aberta a outros nomes


O PCdoB decidiu dar fôlego à idéia de o bloco de esquerda apresentar candidatura própria na disputada eleição para a Presidência da Câmara dos Deputados, num movimento para construir a candidatura do ex-presidente da Casa, Aldo Rebelo (PCdoB-SP). A estratégia foi definida pela Executiva Nacional comunista reunida ontem em São Paulo. A proposta será formalizada aos outros partidos que formam o bloco na Câmara (PSB, PDT, PMN e PRB). A iniciativa encontra ressonância no PDT, mas ainda é vista com ceticismo pelo PSB, que tem simpatia à candidatura de Michel Temer (PMDB-SP). Para sensibilizar os socialistas, os deputados comunistas vão colocar na mesa outros nomes como possíveis postulantes à sucessão do posto ocupado por Arlindo Chinaglia (PT-SP). No PSB, há dois potenciais candidatos, na visão do PCdoB: Ciro Gomes (CE) e Márcio França (SP). Nos outros partidos, há nomes como Miro Teixeira (PDT-RJ) e Vieira da Cunha (PDT-RS). A Executiva Nacional do PCdoB considera que uma candidatura própria é a melhor forma de enfrentar a aliança formada entre PT e PMDB em torno da candidatura de Temer. Ainda é recente a ferida aberta pela eleição de Arlindo Chinaglia, que derrotou Aldo em sua tentativa à reeleição, com apoio maciço dos peemedebistas. “Há uma indefinição grande com todos os candidatos colocados na disputa. E o acordo entre os dois maiores partidos não tem capacidade política de agregar pois cria um mal-estar na Casa. Por isso, é um momento de apresentarmos um novo candidato para construir um processo de coesão”, disse a líder do PCdoB na Câmara, Jô Moraes (MG), após a reunião da Executiva. O PCdoB não vê vantagem em apoiar a candidatura de Ciro Nogueira (PP-PI), que não se cansa de repetir duas afirmações. Aldo Rebelo é seu mentor e se ele sair candidato terá seu apoio e desistirá da contenda. Apesar de ter sido colocado na disputa, Ciro Nogueira ainda não oficializou a candidatura. Pretende fazer o anúncio no último dia legislativo do ano. A óbvia preferência do PCdoB por Aldo leva em conta o fato de que ele capitalizaria todos os potenciais apoiadores de Ciro Nogueira, considerado o porta-voz dos deputados com menor expressão parlamentar, e ser próximo ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Na avaliação da cúpula comunista, o próximo presidente da Câmara terá papel fundamental na sucessão de Lula em 2010, podendo ser um fator de instabilidade eleitoral. Os comunistas não confiam em Michel Temer por sua proximidade com o PSDB. Acreditam que se houver uma aliança de peemedebistas com tucanos, ele poderá fazer uma pauta tendenciosa. “Esse é um sinal de que a Câmara quer uma articulação para a Mesa com uma construção mais duradoura e menos de cúpula e acertos de apenas dois grandes partidos”, afirmou a líder do PCdoB. Além de Temer e Ciro Nogueira, estão colocados os nomes de Osmar Serraglio (PMDB-PR), Milton Monti (PR-SP) e Odacir Zonta (PP-SC).

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