quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Moradores fecham Augusto Montenegro por 4 horas



Moradores fecham Augusto Montenegro por 4 horas (Foto: Celso Rodrigues)
(Foto: Celso Rodrigues)
Moradores das comunidades Riso e Recanto Verde, no bairro Parque Guajará, distrito de Icoaraci, fecharam ontem a rodovia Augusto Montenegro por quatro horas. A população denuncia o descaso da prefeitura e governo do estado pela falta de saneamento, asfalto, segurança e saúde precária nas unidades. O protesto, que começou por volta das 16h30, provocou engarrafamento quilométrico nos dois sentidos da rodovia. 
Com pneus, pedaços de paus e galhos de árvores, eles chamaram a atenção para as péssimas condições em que vivem naquelas comunidades. “Essa já é a segunda vez que fechamos aqui. Não tem limpeza, é só buraco. O acesso da polícia nas ruas é muito difícil, por isso constantemente somos vítimas de assalto, estupro e até mortes já testemunhamos”, reclamou Ana Carla Silva, moradora há mais de 20 anos da comunidade do Riso.
“Até a ambulância para chegar e socorrer alguém não consegue, nem sequer motocicleta consegue entrar nas ruas. Estamos cansados de só ouvir promessas, queremos atitude do governo. Aqui não tem ladrão, todos são pais e mães de família que pagamos até IPTU em dia”, disse Socorro dos Santos, moradora do Recanto Verde. “Se nosso pedido não for atendido, iremos fechar novamente na sexta-feira até sermos ouvidos pelas autoridades”, ameaçaram.
Somente com a ação do Corpo de Bombeiros e apoio da tropa de choque da Polícia Militar, a manifestação terminou com a liberação parcial da via, às 21h.
Para o tenente João, da tropa de Choque da PM, o protesto foi considerado tranquilo. “Apesar da demora dos manifestantes, a população soube reivindicar suas insatisfações. Alguns moradores estão até nos ajudando a limpar a rua e liberar com mais rapidez a rodovia”, comentou.
Fonte:(Diário do Pará)

terça-feira, 25 de setembro de 2012

Amazônia Doc 4 desembarca em Belém, confira a programação.




Com uma versão mais compacta, o Festival Pan Amazônico de Cinema - Amazônia Doc 4 desembarca em Belém no próximo dia 22 de setembro em novos espaços: Estação das Docas, Instituto de Artes do Pará e Hangar - Centro de Convenções e Feiras da Amazônia. Este ano, a quarta edição do festival integra a programação da Feira Pan Amazônica do Livro. Ao todo, o Amazônia Doc vem com três mostras simultâneas, além da realização de oficinas de microdocumentários em mídias móveis no decorrer da feira. Tudo com entrada franca.
A sessão de abertura ocorre às 19h30 com o lançamento nacional do curta “Juliana contra do Jambeiro do Diabo pelo coração de João Batista”, de Roger Elarrat, no Cine Estação das Docas. Em seguida, haverá a exibição do documentário “Carta para o futuro”, de Renato Martins. O local vai abrigar os filmes da Mostra Competitiva com títulos do Brasil, Peru, Chile e Uruguai.
O evento segue até 30 de setembro, tem patrocínio do Governo do Estado do Pará e apoio cultural do Colégio Ideal. E paralelamente à Mostra Competitiva, o festival celebra o centenário de Nelson Rodrigues com a Mostra Rodrigueana de Cinema, que será realizada no Cineclube Alexandrino Moreira, no auditório do Instituto de Artes do Pará (IAP). Já o Hangar – Centro de Convenções e Feiras da Amazônia recebe a Mostra de Cinema Português, com obras cedidas pelo consulado português em Belém, por meio do Instituto Camões. A curadoria do festival é de Zienhe Castro, diretora-geral do Amazônia Doc, Manoel Leite Jr, do Colégio Ideal; e Marco Antônio Moreira, presidente da Associação de Críticos de Cinema do Pará (ACCPA).
No dia 30, durante a sessão de encerramento duas sessões especiais de pré-lançamento serão realizadas na Estação das Docas, às 19h. Uma do curta-metragem “Certeza”, filme de Pedro Tobias vencedor do Edital Ideal de Curta-Metragem; e a outra de “Ervas e Saberes da Floresta”, de Zienhe Castro. Depois das pré-estreias, o público poderá conferir os filmes vencedores da mostra competitiva 2012 do Amazônia Doc 4.
Oficinas
De 25 a 27 de setembro, Gilberto Mendonça, Filipe Parolin, Leo Chermont e Zienhe Castro ministram a oficina de microdocumentário em Mídia Moveis, na sala multiuso 7 do Hangar. A oficina vai abordar todo processo de construção e captação e finalização de um microdocumentário de até um minuto, com câmeras de diversos formatos, desde DSLR , câmera de celular e câmera digital fotográfica. Será montada uma miniprodutora para realizar todo o processo de captação até a montagem.
CONFIRA A PROGRAMAÇÃO COMPLETA:
Mostra Competitiva Pan-Amazônica 2012
Cine Estação das Docas - Teatro Maria Sylvia Nunes
• Sessão de Abertura - 22/09 – Sábado

19h e 30m – LANÇAMENTO NACIONAL
Juliana contra o jambeiro do diabo pelo coração de João BatistaDiretor: Roger Elarrat – Brasil/PA - 2011 - Ficção ,Curta, 22’

20h 
Carta Para o Futuro 

Dir: Renato Martins – Brasil/RJ/2011, Doc. Longa,70’

• 23/09 – domingo

19h e 30m
Pinball 
Diretor: Ruy Veridiano – Brasil/SP/2010 - Ficção Curta/17’

Céu, Inferno e Outras partes do corpo 
Diretor: Rodrigo John – Brasil/RS/2011 -Animação, Curta,7’

20h
A alegria 
Diretores: Felipe Bragança e Marina Meliande – Brasil/RJ/2010 – Ficção, Longa,100’

• 24/09 – segunda-feira
19h e 30m
Gaveta 
Diretor: Richard Tavares – Brasil/RS/2010, Ficção,Curta 8’
20h
Malditos cartunistas 
Diretor: Cavi Borges – Brasil/RJ/2010 – Doc. Longa,90’
25/09 – terça-feira
19h e 30m
Regresso 
Diretor: Jano Burmester – Lima/Peru/2010 Ficção, Curta/18’
20h
À margem do Xingu 
Diretora: Dàmia Puig Auge – Brasil/SP/2010 - Doc. Longa, 88’

• 26/09 – quarta-feira
19h e 30m
Paraíso Terrenal 
Diretor: Tomás Welss – ,Chile/Santiago,2010 – Animação, Curta17’
20h
Avenida Brasília Formosa 
Diretor: Gabriel Mascaro – Brasil/PE/2010 - Doc. Longa, 84’

• 27/09 - quinta-feira
19h e 30m
Estação 
Diretora: Márcia Faria – Brasil/SP/2010 - Ficção,Curta/15’

20h
The sand and the rain 
Diretores: Diana Rico e Richard Decaillet – Bogotá/Colombia/2009 - Doc. Longa,82’


• 28/09 - sexta-feira
19h e 30m
Pcycle 
Diretores: Lucas Margutti e Yan Saldanha – Brasil/RJ/2011 - Ficção, Curta/10’
20h
Ojos bien abiertos 
Diretor: Gonzalo Arijón - Uruguai/2009 – Doc. Longa,110’

• 29/09 - sábado
19h
Um dia com Frederico Morais 
Diretor: Guilherme Coelho – Brasil/RJ/2011- Doc. Longa, 60’
20h e 30m LANÇAMENTO NACIONAL
Das Barrancas do Rio Cariá 
Diretor: Chico Carneiro – Brasil/PA/2011 - Doc, Longa/66’

SESSÃO DE ENCERRAMENTO
• 30/09 – domingo 
19h
Sessão especial de pré-lançamento dos curtas paraenses:
CERTEZA de Pedro Tobias e
ERVAS E SABERES DA FLORESTA de Zienhe Castro 

20h e 30m
Filmes Vencedores da Mostra Competitiva Amazônia Doc. 4

• • • • • • 
• Mostra Rodrigueana de Cinema •
Local: Cineclube Alexandrino Moreira
22/09 – sábado
19h – “A Falecida" (1965). Dir. Leon Hirszman
23/09 – domingo
19h - "Toda Nudez Será Castigada" (1972). Dir. Arnaldo Jabor
24/09 – segunda-feira
19h - "O Casamento" (1975). Dir. Arnaldo Jabor
25/09 – terça-feira
19h - "Beijo no Asfalto" (1981). Dir. Bruno Barreto
26/09 – quarta-feira
19h - "Engraçadinha" (1981). Dir. Haroldo Marinho Barbosa
27/09 - quinta-feira
19h – “A Vida Como Ela É” (1996) Dir. Daniel Filho. Episódios “O Anjo” e “O Decote”
28/09 - sexta-feira
19h - "Engraçadinha - Seus Amores e Seus Pecados" (1995). Dir. Carlos Manga, Denise
Saraceni e João Henrique Jardim. Episódio 1 - "Só Conhece o Amor Quem Possui a Cunhada Impossível”
29/09 - sábado
19h - "Gêmeas" (2000). Dir. Andrucha Waddington.

• Mostra Cinema Português*
 •
Local: Cine/Sala Hangar Centro de Convenções
22/09 – sábado
18h -“Os Mistérios de Lisboa”, Dir. José Fonseca e Costa,Documentário, 2009, 69’
20h - “Cinco dias, cinco noites” Dir. José Fonseca e Costa, Policial, 1996, 100’
23/09 – domingo
18h - “A Costa dos Murmúrios” Dir. Margarida Cardoso, Drama, 2004, 120’
20h - “Crônica dos Bons Malandros” Dir. Fernando Lope, Comédia, 1984, 79’
24/09 – segunda-feira
18h – “Agostinho da Silva – Um pensamento vivo”, Dir. João Rodrigo Mattos, Documentário,
2006, 80’
20h - “O Delfim” Dir. Fernando Lopes, Drama, 2002, 83’
25/09 – terça-feira
18h - “100 Anos a propósito de Agostinho da Silva” Dir. João Rodrigo Mattos,
Documentário, 2006, 95’
20h - “Palavra e Utopia” Dir. Manoel de Oliveira, Drama, 2000, 130’
26/09 – quarta-feira
18h - “O Fascínio” Dir. José Fonseca e Costa, Drama, 2003, 110’
20h – Saudade Sábia , Dir. Yolanda Costa e Lilian Norat, documentário, 2008,52’
21h – Sementes de Ouro Negro, Dir. José Borges, documentário/ficção, 2009, 54’

27/09 - quinta-feira
18h - “Os Imortais” Dir. António Pedro Vasconcelos, Ação, 2003, 130’
*Filmes cedidos pelo Consulado Português em Belém do Pará por meio do Instituto Camões
Mais Informações 91 4009-8745

Mulheres Documentário Musical



O Show MULHERES apresentado em Outubro de 2005 no Teatro do Centur, que reuniu em um mesmo palco as cantoras Alba Maria, Andrea Pinheiro, Any Lima, Gláfira Lobo, Karina Ninni, Lia Sophia, Maria Lidia e Simone Almeida, além da saudosa Leila Chavantes, já falecida, é o principal elemento de costura do DVD MULHERES DOCUMENTÁRIO MUSICAL produzido e dirigido pela jornalista Márcia Freitas.
Ao recuperar uma edição histórica, que ficou sob guarda do editor Jorge Barboza, do memorável show, Marcinha Freitas idealizou o Projeto do Documentário que fala prioritariamente do cenário de Música Popular Brasileira feita no Pará.  São cerca  de cinqüenta depoimentos de   personalidades destacadas em nosso meio musical  falando sobre os vários aspectos que envolvem a cadeira produtiva da música  – desde o processo de criação até a divulgação e comercialização com destaque para  dificuldades e perspectivas . 
Estão presentes no DVD,  que tem duração de um longa metragem, alguns compositores renomados como Paulo André Barata, Nilson Chaves, Walter Freitas, Floriano, Pedrinho Callado, Marcelo Sirotheau,Vicente Malheiros, João de Jesus Paes Loureiro, Dudu Neves, Pedrinho Cavalero, Jorge Andrade, Adilson Alcantara, Marcos Campelo, Renato Torres dentre outros. Também gravaram depoimentos  técnicos, produtores e músicos do porte de Luiz Pardal, Paulo José Campos de Melo, Bob Freitas e Adelbert Carneiro. As jornalistas Ursula Vidal e Heloisa Huhn juntamente com Tito Barata e Edgar Augusto  e os cantores Olivar Barreto e Julio Freitas integram o time de celebridades locais que nos dizem o que pensam sobre a diversidade dessa produção musical do Pará.
A avant premier será no Espaço Cultural SESC BOULEVARD às sete da noite e promete reunir a nata dos artistas de nossa cidade. A entrada é franca. Basta chegar cedo e pegar o seu lugar.
, que chega ao público no próximo dia 25 de setembro, com Avant Premier às 19h no Espaço Cultural SESC BOULEVARD.

Centro Cultural SESC Boulevard
Av. Boulevard Castilho França,  522/523
Dia 25 de setembro (terça-feira), às 19h
Informações: 91 3224-5305
sescboulevard@pa.sesc.com.br
www.sesc-pa.com.br
Contatos: Márcia Freitas 91 8123-2866 | 8135-7979)

Entrada Franca
.

Processo Seletivo para as Oficinas de Música




A Escola de Música da UFPA informa que estão abertas as inscrições ao Processo Seletivo para o preenchimento de vagas nas Oficinas Livres de Música.
As inscrições serão realizadas na própria Escola, sito à Trav. Padre Prudêncio nº 220, das 09h às 12h e das 14h às 17h, no período de 25 a 26 de setembro de 2012.

Para mais informações acesse o edital abaixo:

Edital 008/2012 (Download)

Seminário desvenda as nuances das artes circenses


O I Seminário de Pesquisas em Artes Circenses, que começa nesta segunda-feira, 24, e segue até domingo, 30, é uma realização do Grupo de Pesquisadores em Artes Cênicas da Amazônia e da Produtora Circense Vida de Circo, com apoio do Programa de Pós-Graduação em Artes, do Instituto de Ciências da Arte (PPGARTES/ICA), e da Escola de Teatro e Dança da Universidade Federal do Pará (ETDUFPA), em parceira com a Fundação Nacional de Artes (Funarte) e a Fundação Cultural Tancredo Neves.
Os objetivos do evento, de acordo com a organizadora do Seminário, Virgínia Abasto, mestranda do PPGARTES/ICA, são “primeiramente, estimular e divulgar as pesquisas nas áreas circenses e despertar para a importância da preservação desta arte, que é o circo”. Ela espera também que o Seminário estimule um maior número de pesquisadores a fazer estudos nesta área, pois “ainda não temos muitas pesquisas sobre as artes circenses e os estudos sobre o circo não se limitam apenas à parte física dos atletas, mas também podem ser estudadas pela Antropologia, História, Nutrição, Arquitetura e por diversas áreas.”
Programação – Além dos professores dos Programas de Graduação e Pós-Graduação da UFPA, o Seminário terá dois pesquisadores convidados. O professor doutor Mário Bolognesi, da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP), ministrará a oficina de Pesquisa em Circo, entre os dias 27 e 29 de setembro. E a professora Sara Krumm, que ensina acrobacias aéreas na Argentina, ministrará  Diálogos Acrobáticos para artistas experientes, de 24 a 28 do mesmo mês. Além das oficinas, o Seminário terá mesas-redondas, palestras, exibição de filmes, debates, comunicações orais e apresentações artísticas. Toda a programação é gratuita. A programação ocorre no auditório da Escola de Teatro e Dança da UFPA.
Inscrições – As inscrições para as oficinas do professor Mário Bolognesi, da professora Sara Krumm e para as comunicações orais  já estão encerradas. Mas, segundo Vírginia, “é bom garantir a vaga se inscrevendo como ouvinte, no site do evento. Porém as pessoas poderão fazer as inscrições na hora da abertura, no dia 24. E vai ser uma ótima oportunidade para conhecer mais sobre as artes circenses e até tê-las como campo de estudo.”
Dentro da programação, haverá apresentações gratuitas, na quinta-feira, 27, às 20h, no “Palhaçadas de Quinta”, e no Domingo, 30, às 9h, no “No olho da rua!”, ambos eventos na Praça da República, em Belém.
Serviço:
I Seminário de Pesquisas em Artes Circenses
Data: 24 a 30 de setembro de 2012
Horario: 14 às 17h
Local: Auditório da Escola de Teatro e Dança da UFPA, na rua Dom Romualdo de Seixas, 820, esquina com a Jerônimo Pimentel, Umarizal, Belém.
Para mais informações e se inscrever como ouvinte, acesse o site do Seminário.

Texto: Carlos Fernando Pinheiro – Assessoria de Comunicação da UFPA
Foto: Alexandre Moraes
Arte: Divulgação / evento

Denúncias de tortura poderão ser feitas no Disque 100


A partir de janeiro de 2013, o Disque 100 também irá registrar casos e orientar vítimas de tortura. O serviço telefônico da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República foi criado para receber denúncias de crimes e violações dos direitos humanos.



De acordo com dados da secretaria, entre fevereiro de 2011 e fevereiro de 2012, 1.007 queixas de tortura foram anotadas pelo sistema que hoje tem módulos específicos para registro de violações de direitos de crianças e adolescentes, idosos, pessoas com deficiência, grupos LGBT (lésbica, gays, bissexuais, travestis e transexuais) e pessoas que vivem nas ruas. A maioria dos casos de tortura (65%) é de pessoas presas em cadeia pública, delegacia de polícia e presídio (mais de 48%).

A ocorrência da tortura em dependências policiais ou presidiárias dificulta as denúncias. Segundo a ministra dos Direitos Humanos, Maria do Rosário, sete de cada dez denúncias foram anônimas. “Essas pessoas não apresentaram identidade porque temem represália. Em geral, estão denunciando agentes que deveriam cumprir a lei”, assinala.

Para José de Jesus Filho, da Pastoral Carcerária (ligada à Igreja Católica), presos torturados e parentes não têm canal para denunciar. “Hoje tem que contar com a sorte. Não existe mecanismo para mostrar essa situação”, salientou. Segundo ele, além da condição prisional, os detentos são vítimas de violência por causa da origem social.“É uma tortura dirigida aos estratos mais baixos. Existe uma concepção de que há uma camada da população brasileira que é torturável.”

De acordo com Jesus Filho, muitos gestores da segurança pública, promotores e juízes toleram que casos de indisciplina e ilegalidades nas prisões tratados com tortura sejam vistos como forma de castigo. “A tortura conta com a conivência. A tendência é que o juiz ou promotor resistam a processar um agente público ou da polícia [acusados de tortura]. Nós já ouvimos desembargador dizer 'eu dou valor absoluto a um policial e não dou valor a bandido'”.

A decisão do Disque 100 de registrar casos de torturas em prisões acontece uma semana depois do Brasil ter acatado sugestões do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas (ONU) sobre o sistema prisional brasileiro. Em visita ao Brasil no ano passado, o órgão da ONU identificou a existência de tortura e péssimas condições nos presídios do país.

“O Brasil se notabiliza por não aceitar a tortura ou qualquer violação dos direitos humanos. A marca do país não é das violações, mas de indignação a cada violação. Nós estamos agindo diante dela”, disse Maria do Rosário à Agência Brasil ao admitir que a violação de direitos humanos “talvez tenha sido naturalizada nas instituições fechadas”, acrescentou ao sair de reunião com Comitê Nacional de Prevenção e Combate à Tortura, em Brasília.

Segundo ela, o fenômeno ainda guarda relação com práticas da época da ditadura militar. “Há uma cultura nas instituições brasileiras que foi formada ao longo do tempo e que tem no epicentro da formação cultural manuais nefastos e perversos que foram lançados na preparação de agentes policiais para orientar como torturar para [obter] delação da resistência.”

Fonte: Agência Brasil (texto e foto)

Nando Reis lança novo disco: Sei, o primeiro independente


Depois de quase uma década e cinco discos, no segundo semestre de 2011 a gravadora Universal informou a Nando Reis que seu contrato não seria renovado. Após 28 anos ligado às majors (o primeiro contrato, com os Titãs, foi assinado em 1984), o ruivo, hoje com 49 anos, viu-se um pouco sem chão. Frustrado com a mecânica das gravadoras, o músico seguiu em frente e lança hoje (24) o primeiro disco independente da carreira: Sei, repleto de participações epeciais e gravado em Seatle, nos EUA.




"É claro que fiquei frustrado", admite ele. "Se meus discos não vendiam bem, será que é só por culpa minha? Eu faço música, e acho que faço bem; quem vende discos é a gravadora."

Enquanto seguia na estrada com o Bailão do ruivão — disco de regravações como Whisky a-go-go, do Roupa Nova, Muito estranho, de Dalto, e Gostava tanto de você, de Tim Maia, lançado em 2010 —, Nando pensava em seu próximo passo.

"Passei os anos de 2009 e 2010 sem nenhuma inspiração para compor", admite. "Foi ótimo fazer um projeto como o Bailão, que eu acalentava há muito tempo, mas realmente não estava saindo nada. Aí, de repente, a torneira abriu, e as canções começaram a sair. Tive algumas propostas de gravadoras, mas resolvi fazer tudo por conta própria. Há várias coisas que não entendo na mecânica das companhias, como a margem de lucro, com discos a R$ 30, que um ano depois custam R$ 5. E ainda me propuseram o tal contrato de 360 graus, segundo o qual eles também passam a ganhar dinheiro com o meu show... Deixei pra lá".

O projeto de um disco com Samuel Rosa, cantor do Skank, foi adiado, e Nando teve a ideia de se unir novamente a um velho colaborador: o produtor americano Jack Endino, que tem no currículo praticamente todos os grandes nomes do grunge, como Nirvana, Soundgarden e Mudhoney, como engenheiro de gravação, e que produziu os Titãs em seu passeio por aquele tipo de som, o furiosoTitanomaquia, de 1993.

"Eu sempre gostei de sair de São Paulo para gravar", conta ele. "Lá, não consigo me desligar, mergulhar na música, nos ensaios, no processo de gravação. Gravar um disco é como ir para Plutão. E queria muito levar os meninos da banda a Seattle, o Diogo (Gameiro, baterista) e o Cambraia (Felipe, baixista). Pensei no Jack também porque os meus últimos discos foram produzidos pelo Carlos Pontual, que era meu guitarrista, e não está mais na banda. Trabalhar com Jack é uma maravilha: ele faz tudo sozinho, liga os cabos, afina os instrumentos... Sei foi o meu sexto disco produzido por ele, e gravar é a coisa que mais gosto de fazer.

Banda começou nos EUA, há 12 anos

O tecladista Alex Veley e o guitarrista Walter Villaça já estavam na banda quando Nando gravou Para quando o arco-íris encontrar o pote de ouro, lá mesmo em Seattle, em 2000. O americano Alex já estava na mira de Nando (a banda que depois se chamaria Os Infernais começou a nascer ali, e o tecladista é parte dela desde então), e o baterista Barrett Martin, ex-Screaming Trees, foi sugestão de Endino:

"Por essas e outras eu achava que tinha que levar o Diogo para lá, e ele realmente chapou naquele ambiente roqueiro."

Ah, então, como o dinheiro dá em árvores, Nando levou quatro marmanjos para um mês de gravações em Seattle.

"É claro que tive que fazer contas", lembra ele. "Estou muito no vermelho, mas não posso me importar tanto com isso. E existem vários atenuantes: gravar um disco nos EUA é mais barato do que no Brasil; o Jack não é um produtor caro... E nós alugamos uma casa, o que é obviamente mais barato do que um hotel no Rio."

Já que a espada estava erguida à beira do Rio Ipiranga, Nando decidiu proclamar sua independência também na distribuição.

"O disco só esta à venda pelo meu site, nandoreis.uol.com.br, a partir desta segunda (24)", anuncia. "Quem quiser pode ir lá ouvir todas as músicas e sugerir um preço. O disco será vendido pela média de valores sugeridos."

Novo álbum
: Sei

A impressão que se tem ao ouvir Sei é a de que Nando Reis viajou cerca de 10 mil km e encontrou José Fernando Gomes dos Reis: estão no disco elementos como a homenagem à mulher (Back in Vânia e Praça da Árvore, para a mãe de quatro de seus cinco filhos, com quem ele se casou pela quarta vez. “Minha certidão de casamento parece um B.O.”, diz), o rock anos 1970 e até o reggae.

"Comprei um DVD, acho que pirata, em que Bob Marley e os Wailers ensaiavam em 1973, e pirei. Isso acabou em Lamento Realengo, que é meio samba, meio reggae. Gravei até com um violão de nylon, não tocava um há 15 anos!."

Sem demonstrar preocupação com a dívida — “se não voltar em dinheiro, volta de outra forma” —, ele sorri para o futuro.

"Nesta segunda o disco sai, o Multishow começa a passar um especial sobre as gravações, e eu e a banda vamos para o estúdio ensaiar, contabiliza. "Pode ser melhor? Ainda participo do show de 30 anos dos Titãs, dia 6 de outubro, em São Paulo. Estou até namorando o baixo...".

Escute o novo álbum Sei aqui.

Fonte: O Globo

Dona Onete esbanja o charme e o feitiço da música paraense



Dona Onete esbanja o charme e o feitiço da música paraense
Primeiro disco da nova estrela da música popular brasileira produzida no Pará, ainda pouco conhecida do restante do país (©reprodução)
A nova estrela da música paraense, Dona Onete, tem 73 anos e acaba de lançar seu primeiro álbum, "Feitiço Caboclo", com todas as canções, autorais. É curioso saber que, mesmo exercendo a profissão há anos, ela nunca conseguira gravar e agora já emplaca pelo menos um sucesso, "Jamburana", que começa com uma risada irresistível e uma letra para lá de sensual e em que lista pratos famosos da culinária local: "O pato no tucupi tem jambú tem jambú / O famoso tacacá tem jambú tem jambú / O arroz paraense tem jambú tem jambú / Caldeirada no Pará tem jambú tem jambú / O vatapá e o caruru a gente enfeita com jambú".
Há quem compare Dona Onete a Omara Portuondo, cantora cubana redescoberta a partir do projeto "Buena Vista Social Club", desenvolvido pelo cineasta Wim Wenders e pelo músico Ry Coode,r em relação à música da ilha caribenha. Porém, nesse caso, a descoberta da cena musical do Pará e da guitarrada local ainda não tem a mesma projeção internacional e nem se trata especificamente de um olhar externo de valorização. Porém, em comum, elas possuem a mesma personalidade marcante na voz, o prazer do canto e o mesmo talento para levar todo mundo a dançar. É o que se sente nas ótimas "Balança crioulo", "Moreno amorenado" e "Lua namoradeira".
A faixa que abre o álbum é "Poder da Sedução", um daqueles bolerões típicos dos anos 70, com direito até a alguns versos recitados: "Quero rever essa mulher / Não sei o seu nome / O seu endereço, o seu telefone / Só sei que um dia eu vou lhe encontrar / Numa noite de luar". Esse clima doce e regional retorna em "Boi guitarreiro", em parceria com o produtor do álbum Marcos André, também responsável pelo arranjo base.
Há ainda a participação especial dos guitarreiros Mestre Vieira, Pio Lobato e Manoel Cordeiro. Aliás, a parte instrumental do álbum é fantástica, como se percebe em "Feitiço caboclo", que trata do pó de tamaquaré, que é um lagarto da Amazônia. As cantoras Gaby Amarantos, Lia Sophia, Luê Soares e Keila Gentil também participam, em "Homenagem aos Orixás" e "Louco desejo".
Há também o irresistível samba eletrônico "Rio de Lágrimas", sucesso nato composto em parceria com Mg. Calitre, que termina com um hip hop: "Quando você me deixou / Eu quase chorei um rio de lágrimas / Descobri que é bobagem / Consegui me levantar / Agora eu sou feliz / Tenho outro amor em seu lugar / Agora vou lhe dizer / É tão diferente de você / Me ofereceu muito amor e eu não vou vacilar". E o faceiro, brejeiro e contagiante "Carimbó chamegado".
A chegada de Dona Onete ao cenário musical fonográfico brasileiro merece ser extremamente comemorada, e o vigor e a energia de suas canções demonstram que a cena musical paraense merece ser vista com bastante atenção, pois é das que esbanjam qualidade em contraste a uma certa pasmaceira que impera na música nacional. É importante, no entanto, respeitar a diversidade da música do estado e não encará-la como um grande tecnobrega, como boa parte da mídia tenta fazer.

sábado, 22 de setembro de 2012

UJS: 28 anos em defesa da juventude, do socialismo e do Brasil.



Era o início da primavera de 1984. O Brasil já amargava 20 anos de ditadura militar, tempos de muita dor, morte, perseguição política e autoritarismo. O regime já caducava, a anistia política em 1979 havia renovado a esperança de liberdade, trouxera de volta ao país centenas de militantes, artistas, intelectuais e lutadores sociais. Mas o povo queria mais: a ditadura perdia força, estava próximo o fim de um longo inverno sombrio e tenebroso. Nas ruas, multidões clamavam pelas “Diretas já” e por liberdade no Brasil. A chegada daquela primavera reascendia o sonho da juventude.
Foi no dia 22 de setembro de 1984 que centenas de jovens vindos de todo o país, desafiaram a repressão e o autoritarismo e se reuniram no plenário da Assembleia Legislativa do estado de São Paulo para fundar a União da Juventude Socialista.
Com os versos de Castro Alves, eleito ali o patrono da UJS, Aldo Rabelo lia o manifesto “Em defesa da Juventude e do Socialismo” e dava início a uma bela história de rebeldia, combatividade e conquistas: “Somos jovens operários, camponeses, estudantes, artistas e intelectuais. Buscamos o futuro e a liberdade, os direitos que nos são negados, a esperança banida, a vontade subjugada.
 Ousadia para conquistar o voto aos 16 anos e a cara pintada para derrubar o presidente Collorido
 Uma marca que atravessa os 28 anos de existência da UJS é sempre estar ao lado da juventude e do povo brasileiro em suas lutas, abrindo espaço para a conquista do novo. Foi assim que em 1988, durante a Assembleia Nacional Constituinte, a UJS foi protagonista de uma das principais conquistas da juventude: o voto aos 16 anos. Após muita pressão de centenas de jovens que ocupavam as galerias da Câmara Federal, 316 Deputados votaram a favor da medida e apenas 99 contra. Os deputados Hermes Zaneti (PMDB-RS) e Edimilson Valentim (PCdoB-RJ), autores da proposta, abriram uma bandeira do Brasil e outra da UJS. O triunfo fez a entidade não apenas ficar conhecida por milhões de jovens, como também ser reconhecida como a principal responsável por essa conquista.
 Fora Collor
Em 1992, novamente a UJS é essencial para a democracia brasileira. Dessa vez para derrubar Fernando Collor da Presidência, o presidente corrupto. Com participação destacada no movimento estudantil, a UJS aprova nas diretorias da UNE e da UBES o lançamento da campanha “Fora Collor, Impeachment já”. Os estudantes tomam as ruas de todo o país e com a cara pintada são decisivos para a derrubada de Collor.
 Anos 90 – a resistência ao neoliberalismo tucano
 Entre os anos de 1994 e 2002 o Brasil amargou mais um período difícil. Os governos de FHC jogam o país numa profunda crise econômica gerando desemprego e agravando a desigualdade social. As privatizações dilapidaram o patrimônio público e entregaram de mãos beijadas ao capital financeiro mais uma grande parcela das riquezas do povo brasileiro. Atuamos com destaque no Fórum Nacional em Defesa do Trabalho, Terra e Cidadania, nas lutas contra as privatizações das estatais e do desmonte da educação pública.
 Os meninos e o povo no poder
 Em 2002 a UJS ajudou a escrever uma nova página de esperança e conquistas para o povo brasileiro ao participar ativamente da campanha presidencial vitoriosa de Lula. Nos oito anos de governo Lula a juventude reencontrou a esperança de viver num país que pode dar certo. Milhões de empregos foram criados, o Prouni possibilitou o acesso à universidade a mais de um milhão de jovens, e a realização da Copa do Mundo e das Olimpíadas no Brasil é uma conquista que pode transformar o esporte numa grande ferramenta oportunidades para a juventude.
8 anos de FHC e os 10 anos dos governos de Lula e Dilma
Os processos pelos quais o Brasil passou foram todos acompanhados e defendidos pela UJS. Se o país amargou por oito anos uma política voltada para as elites, sob a péssima administração de FHC e éramos vistos como “vira-latas” diante do mundo, hoje muitas coisas mudaram. Somos um dos países que mais cresce no mundo, a sexta maior economia. O processo que começou em 2002, ao eleger Lula, depois reelegê-lo, e em 2010 proporcionou a eleição de Dilma Roussef é uma das maiores conquistas da UJS e de todo o povo brasileiro.
Do primeiro ano de governo de Fernando Henrique Cardoso até o momento passaram-se 18 anos.
Os últimos 10 anos foram de grandes avanços para o país, entretanto, muitas bandeiras da juventude ainda não foram contempladas, como o investimento efetivo de 10% Pib para educação – o ensino fundamental e médio continuam amargando baixos índices de qualidade – e mesmo a ampliação massiva da universidade pública não foi conquistada. Temos muito orgulho de ter construído o maior programa de democratização do ensino superior – o Prouni -, entretanto, a verdadeira democratização da universidade deve ocorrer com a ampliação das vagas na universidade pública. Passados 10 anos, não aceitamos os argumentos da herança pesada de FHC, a responsabilidade do que não avançou é do presente e não do passado.
UJS nas redes e nas ruas, lutando por um Brasil dos nossos sonhos
Se anteriormente nossas manifestações tomavam conta das ruas, hoje ela se soma as redes.
Este ano, no 16º Congresso Nacional da UJS, conseguimos mobilizar mais de cem mil jovens por todo o Brasil. Sob o tema “Nas Redes e Nas Ruas- Lutando por um Brasil dos nossos sonhos”, expressamos nossa vontade por mudanças duradouras e mais profundas em nosso país e no mundo.

Fonte: ujs.org.br

Na cara dura: apesar da liminar que suspendeu licitação, Prefeitura de Belém abriu a concorrência de R$ 850 milhões para tratamento do lixo e recuperação do Aurá. OAB comunicou o fato à Justiça. Observatório Social de Belém requereu anulação do certame devido a ilegalidades.




Duciomar: licitação de R$ 850 milhões em final de mandato prossegue, apesar da Justiça. (Foto: Diário Online)

 


O Observatório Social de Belém requereu hoje, 20, a anulação da Concorrência Pública 17/2012, para a implantação do Centro de Tratamento de Resíduos Sólidos da cidade e recuperação do Aurá.

O requerimento, protocolado pela manhã, foi endereçado diretamente ao prefeito Duciomar Costa.

Nele, o Observatório afirma que a licitação descumpriu  pelo menos duas exigências legais.

Uma é a autorização de licitação e aprovação do edital licitatório pelo Conselho Gestor das Parcerias Público-Privadas.

Outra, a realização de audiência pública com antecedência mínima de 10 dias úteis à publicação do edital, conforme previsto na 8666/93, a Lei das Licitações, para certames acima de R$ 150 milhões.

Na licitação para tratamento do lixo de Belém, a estimativa é que o contrato, com vigência de 30 anos e exploração em caráter de exclusividade, venha a consumir mais de R$ 850 milhões.

Irregularidades processuais, como a falta de licenciamento ambiental do projeto e a omissão do valor e duração contratual, em documentos divulgados pela PMB, levaram a empresa Revita Engenharia a ingressar na Justiça.

Na última segunda-feira, o juiz Elder Lisboa, da 1 Vara da Fazenda de Belém, concedeu liminar suspendendo o certame.

Mesmo assim, na manhã de ontem, a Prefeitura abriu a licitação.

De acordo com a ata da sessão, apenas duas empresas estiveram presentes: a Vital Engenharia Ambiental S/A e a S/A Paulista de Construções e Comércio.

A Comissão de Licitação recebeu os documentos de habilitação das duas empresas e suspendeu a sessão, para análise da documentação.

O possível descumprimento da liminar foi comunicado hoje de manhã ao juiz Elder Lisboa pelo advogado José Carlos Lima, que preside a Comissão de Meio Ambiente da seccional paraense da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).

“A Comissão de Meio Ambiente da OAB Pará oficiou ao Dr. Elder Lisboa, informando o descumprimento da decisão judicial, e com a certeza Sua Excelência anulará os procedimentos tomadas pela Comissão Permanente de Licitação e determinará a punição dos infratores, fazendo cumprir a Tutela Antecipada para proteger os interesses da nossa população e do meio ambiente”, escreveu Zé Carlos em seu blog, no qual consta, inclusive, cópia da Ata de abertura do certame.
(http://zecarlosdopv.blogspot.com.br/2012/09/o-destino-do-lixo-de-belem-prefeitura.html#.UFtZDa4luIw).

A liminar de Elder Lisboa  está no site do Tribunal de Justiça do Pará:http://www.tjpa.jus.br/noticias/verNoticia.do?id=4226

O blog da promotora de Justiça Ana Maria Carvalho também registra a decisão:http://sociedadeparaense.blogspot.com.br/2012/09/justica-paraense-suspende-licitacao.html.

No jornal O Liberal de hoje ( página 11 do Caderno Atualidades), a Prefeitura afirma, porém, que já recorreu da liminar e que a licitação pode prosseguir. Clique no quadrinho abaixo para ampliar:
 
Também hoje, o presidente do Observatório Social de Belém, Ivan Silveira da Costa, encaminhou à Perereca da Vizinha cópia do documento em que comunicou diretamente ao prefeito Duciomar Costa a existência de pelo menos duas ilegalidades que exigiriam a imediata anulação do certame.

“A primeira se refere a inexistência de autorização da licitação e aprovação do respectivo edital pelo Conselho Gestor das Parcerias Público-Privadas, previsto na Lei Municipal nº 8847/2011, que até o momento não ainda foi instalado. O segundo ponto foi a não realização de audiência pública obrigatória, prevista na Lei 8.666/93, que antecede à abertura de licitações com valores superiores a 150 milhões de reais”, escreveu Ivan.

Segundo ele, o requerimento, de caráter administrativo, “tem por objetivo dar ciência ao dirigente para adotar, de ofício, as medidas necessárias à anulação do processo licitatório, em razão das irregularidades apontadas”.

Leia aqui a íntegra do documento encaminhado pelo Observatório de Belém ao prefeito Duciomar Costa: https://docs.google.com/open?id=0B8xdLmqNOJ12N01KRWItazgwR0k

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Sexta-feira começa a XVI Feira Pan-Amazônica do Livro, confira a programação.

A cada ano, o evento literário de maior dimensão da Região Norte surpreende pelos números, tanto de público quanto de vendas. De 21 a 30 de setembro, acontece em Belém a 16ª edição da Feira Pan-Amazônica do Livro, para a qual são esperados cerca de 450 mil visitantes. Sediada novamente no Hangar- Centro de Convenções e Feiras da Amazônia, a programação reunirá 218 estandes onde estarão representadas 500 editoras e expostos mais de 90 mil livros, e contará com apresentações teatrais, homenagens, gincanas, seminários e debates. O patrono da Feira este ano é o maestro, escritor e compositor santareno Wilson Fonseca, conhecido como Mestre Isoca, que completaria cem anos em 2012.

Além do maestro, a feira homenageará a cultura e literatura lusitana, trazendo escritores portugueses como Lídia Jorge, romancista com livros vendidos em mais de nove países; Gonçalo Tavares, escritor e professor universitário e José Luis Peixoto, narrador e dramaturgo, entre muitos outros convidados.
Durante os nove dias da programação, sempre a partir das 19 horas, haverá o Encontro Literário, onde os convidados conversarão com a plateia e serão mediados por jornalistas, dramaturgos e outros especialistas em literatura. Entre as atrações deste ano estão o escritor Joca Terron, colaborador da Folha de São Paulo e do programa Entrelinhas, da TV Cultura; Martha Medeiros, colunista dos jornais Zero Hora e O Globo, que também participará do Papo Cabeça; o ilustre Luis Fernando Veríssimo, famoso por seus textos de humor; Lucas Figueiredo, reconhecido por ser um dos jornalistas mais premiados do país e o romancista e poeta Ariano Suassuna, arrebatador de grandes plateias.
E das 17h às 18h30, com mediação de Joice Bispo dos Santos, o público poderá acompanhar os lançamentos e conhecer um pouco mais da produção literária regional em bate-papos com os escritores paraenses Pedro Galvão, Alfredo Oliveira, Carlos Correia Santos, Heliana Barriga, Salomão Laredo, Benilton Cruz, Josette Lassance, Jacqueline Darwich, João Carlos Pereira e José Maria Leal.
O público infantil, que também será presenteado com inúmeras atrações, receberá o cartunista Maurício de Sousa, que fará duas sessões de autógrafos e uma palestra no auditório do Hangar, celebrando os 50 anos da Turma da Mônica. As crianças também poderão assistir aos espetáculos “Histórias da Carrocinha” e “A Tecelã”, do grupo teatral Caixa do Elefante, uma companhia cênica de bonecos já prestigiada por todo o país e em vários outros lugares da América e Europa.
A XVI Feira Pan-Amazônica do Livro contou com uma série de eventos preparatórios realizados na capital e no Baixo Amazonas, como forma de divulgar a programação e incentivar o gosto pela literatura principalmente entre os jovens.

Serviço: XVI Feira Pan-Amazônica do Livro. Dia 21 a 30 de setembro, das 10h às 22h – Hangar Centro de Convenções. Entrada franca.

Programação do Evento


Festival da Música Popular Paraense na 4ª edição




Festival da Música Popular Paraense na 4ª edição  (Foto: Daniel Pinto)
Aposta na diversidade é a principal aposta do festival (Foto: Daniel Pinto)
Na noite de hoje, artistas de diferentes épocas, estilos e trajetórias se encontram no palco do 4º Festival de Música Popular Paraense. Com ritmos para todos os gostos, a final do evento apresenta 12 canções de compositores locais - ótima oportunidade para conhecer um pouco mais destes legítimos responsáveis pela ebulição atual da cena musical amazônica. A grande festa acontece a partir das 20h, na sede campestre da Assembleia Paraense, e terá transmissão ao vivo pela RBA TV.
Com chorinho, tecnomelody, samba e pop (entre outras nuances sonoras), a final da competição prometer ter mais cara de confraternização do que qualquer outra coisa. Para os artistas, encontros como estes se traduzem em novas possibilidades de parceria e de crescimento profissional. “Para mim é um orgulho estar entre os finalistas. Ganhando ou não, já é uma experiência incrível que com certeza não iremos esquecer”, afirma Renan Sanches, líder da banda ARK, que estreia no festival com a música “Implora”.

Emoção une novatos e veteranos
E a emoção não é diferente para os veteranos. O compositor Ronaldo Silva venceu a última edição do festival com a música “Pra recordar a Balança”, letra e arranjo feito em conjunto com seu parceiro Allan Carvalho. Agora, retorna à competição com a canção “Choro Fulô”, que será interpretada pela cantora Camila Honda e tocada pelo grupo Charme do Choro. “Ano passado ganhamos o grande prêmio, melhor arranjo e voto popular. Foi uma emoção e tanto. Mesmo assim, sempre dá um friozinho na barriga. Festival é isso, por isso que é bom”.
Toda a ansiedade dos participantes é justificada pelo próprio processo do festival. As eliminatórias aconteceram no final de agosto, em Belém e Marabá. Foram mais de 700 canções inscritas, sendo que somente doze poderiam ir para a grande final. De lá para cá, foi um mês de intensa preparação para os escolhidos. “Depois que soube que minha música ‘Quero Falar’ foi escolhida, a dediquei bastante a isso, trabalhando na divulgação dela já como participante do festival”, conta o compositor Jorginho Gomez, que engrossa o time de finalistas deste ano.
Além de incentivar os participantes a produzirem ainda mais, o festival também premia em dinheiro os vencedores. Na categoria melhor música, há premiação para os três primeiros lugares: R$ 12 mil para o primeiro colocado; R$ 7 mil para o segundo e R$ 5 mil para o terceiro lugar. O melhor intérprete e o melhor arranjo também serão premiados com R$ 2 mil cada um.
Com uma super estrutura de palco e banda base disponível para todos os finalistas, o festival promete ser um show à parte para o público. Foram disponibilizados dez mil convites para a final. Ainda é possível garantir a entrada para esta grande festa. Basta retirar convites nas lojas Tem Classificados e no prédio da RBA.

O rock’n roll vai invadir o palco da Assembleia Paraense na noite de hoje pelas mãos da banda marabaense Prima-Matéria. Eles defendem ‘Pesadelo’, que relata um sonho tão recorrente quanto assustador. “Rolando na cama num sono profundo/ Num pesadelo/ Eu quero acordar/ Me vejo num espelho/ Em cima do muro/ Num precipício/ Não dá pra escapar”, diz um trecho da canção.
A banda Prima-Matéria teve início quando Antônio Cavalcante e Daniel Jorge, já parceiros de outras bandas, se uniram a Vinicius Oliveira há três anos e apostaram em uma formação instrumental básica (guitarra, baixo e bateria), mas de muita consistência sonora. A banda une influências psicodélicas, grunge, progressivo, indie, e musica eletrônica, forjando um estilo próprio bem difícil de rotular.
Dentre as influências musicais do trio, destaque para Radiohead, Audislave, Los Hermanos, Nirvana, Syd Barrett, The Doors, Muse e Franz Ferdinand. Já com algum tempo de estrada a banda já realizou inúmeras apresentações em bares e boates, além de ter participado de vários festivais.
As influências do rock foram inúmeras para o vocalista da Prima-Matéria, que desde a infância já ouvia Beatles e Elvis. Aos 14 anos decidiu aprender a tocar guitarra, e mesmo sem ter um emprego fixo, fazendo “bicos” para juntar dinheiro, logo conseguiu comprar o primeiro instrumento musical, que a partir dali, seria o seu companheiro de vida.

EXPECTATIVA
A noite de hoje reserva muitas surpresas para todos os candidatos. “As expectativas são as melhores possíveis. Só o fato de já estarmos na final é muito importante. Acredito que todos os finalistas também pensam assim, já que o festival dá uma visibilidade para os músicos que é essencial para a carreira”, afirma Antonio, que sabe da responsabilidade de estar concorrendo com músicos mais experientes. “Sei que tem muita gente boa da própria capital concorrendo, mas vamos ver mesmo é o parecer do júri, no final. Fico orgulhoso de ver a outra representante de Marabá, a Nilva Burjack, que tem uma música muito boa concorrendo. Mas isso não nos intimida”.
Fonte:(Diário do Pará)

Feira do Livro promete reunir mais de 450 mil




Feira do Livro promete reunir mais de 450 mil (Foto: Alessandra Serrão/Ag.Pará)
(Foto: Alessandra Serrão/Ag.Pará)
Os preparativos para o maior evento literário da região norte do país entram na reta final. Centenas de editoras finalizam os últimos detalhes para a XVI Feira Pan-Amazônica do Livro, que no Hangar - Centro de Convenções e Feiras da Amazônia, de 21 a 30 de setembro. A montagem dos estandes começou no ultimo dia 11 e a expectativa dos organizadores é que cerca de 450 mil pessoas visitem a feira. A abertura oficial será nesta sexta feira (21), às 19 horas, com a presença do governador do estado, Simão Jatene, e outras autoridades.
A feira irá ocupar os 24 mil metros que dispõe o Hangar. No total, serão mais de 90 mil títulos em exposição nos 223 estandes, com aproximadamente 500 editoras representadas e uma expectativa de lucro com a comercialização dos exemplares em torno de R$ 14,5 milhões. No Hangar I ficarão expostos os livros de literatura geral. O Hangar II será dedicado a literatura infantil e as revistas. Já no andar superior ficarão concentradas as exposições e as atividades acadêmicas, culturais e artísticas. “Os espaços do andar superior serão ocupados pelas oficinas, workshops, palestras. O Papo Cabeça e os Encontros Literários também ficarão nas salas superiores, além das exposições, que este ano conta com uma mostra sobre sustentabilidade e o Salão do Humor, que foi inserido na programação”, explica a coordenadora do evento, Andressa Malcher.
O país homenageado nesta edição é Portugal e a comunidade lusitana será lembrada em diversas programações. Uma delas é a Mostra de Cinema Português Contemporâneo, que irá trazer obras de diretores portugueses, programação que integra a Mostra de Cinema Amazônia Doc. O primeiro Encontro Literário, no sábado (22), também contará com a participação da escritora portuguesa Lidia Jorge. No domingo (23), o bate papo com o publico fica por conta do escritor português Gonçalo Tavares. Dia 26, o convidado será o também lusitano José Luis Peixoto. A programação, considerada um dos pontos altos da feira, terá ainda Ariano Suassuna, Martha Medeiros, Luis Fernando Veríssimo, Joca Terron e Paulo Sérgio Valle. O Encontro Literário acontece no Auditório Dalcídio Jurandir, sempre às 19h.
Os centenários dos escritores brasileiros Nelson Rodrigues e Eidorfe Moreira também estão na programação da feira. No Sesc Boulevard acontece a “Mostra Rodrigueana de Cinema”, com a exibição de vários filmes baseados na obra de Nelson Rodrigues. Eidorfe Moreira terá um seminário voltado para o debate sobre sua vida e obra, com diversas palestras ministradas por especialistas paraenses.
Em 2012, um paraense de Santarém foi o escolhido para ser o patrono da feira. O maestro Wilson Fonseca, popularmente conhecido como Mestre Isoca será o grande homenageado do evento literário, pois se estivesse vivo completaria 100 anos em 2012. Considerado um dos maiores músicos do Pará, Mestre Isoca compôs mais de 1.600 músicas ao longo sua carreira. Na programação em homenagem ao maestro, um seminário contará com a presença do seu filho, o desembargador Vicente Malheiros, que irá falar sobre a vida e obra do compositor.
Durante a XVI Feira Pan-Amazônica do Livro ocorrerão ainda debates, seminários, oficinas, leituras do vestibular, palestras, workshops, saraus, gincana literária, concurso de redação e shows culturais, com destaque para as apresentações do grupo teatrais Caixa de Elefante, de Porto Alegre (RS), e do guitarrista português Antonio Chainho, um dos mais conceituados músicos lusitanos.
A XVI Feira Pan-Amazônica do Livro tem entrada franca e funcionará sempre de 10h às 22h. A programação completa da feira pode ser acessada no site www.secult.pa.gov.br, onde também está sendo feito o agendamento das escolas que desejam visitar a feira e as inscrições para as oficinas.
Fonte:(Agência Pará)

Moraes Moreira e o clássico dos Novos Baianos



“Nós dizemos as coisas pra nós mesmos e vamos nos dizendo até não nos lembrarmos mais. Só saberemos. No mais, é ferro na boneca, é no gogó, neném”. A frase é de Moraes Moreira, está na capa interna do álbum Acabou chorare, que completa este ano 40 anos, e virou item obrigatório na coleção de discos de uma geração que tem metade da idade do disco.


 moraes moreira
Moraes Moreira
“Onde tenho feito shows com a música de Acabou chorare na plateia a meninada de 17, 18 anos é a maioria e todo mundo canta junto”, confirma Moraes Moreira, em entrevista por telefone.

“É ferro na boneca”, uma expressão da época, é também título do primeiro disco dos Novos Baianos, lançado em 1970, pela RGE. O primeiro grupo de rock brasileiro udigrúdi conseguiu um relativo sucesso com este disco, mas a acanhada cena roqueira nacional não desfrutava de muito espaço. Até então roqueiro brasileiro tinha cara de bom moço. Dois anos mais tarde Os Novos Baianos mudaria em gênero, número e grau. 

O grupo de roqueiros baianos fez um disco de MPB, com pegada de rock and roll, que se tornou um dos mais tocados em 1972 e um clássicos instantâneo. É o repertório de Acabou chorare que Moraes Moreira vai apresentar sábado, no festival No Ar! Coquete Molotov, no Teatro da UFPE, no Recife: “Faço todas as nove músicas do disco. Como elas não são suficientes para um show inteiro, completo com algumas dos Novos Baianos e da carreira solo”, adianta Moraes Moreira.

Ele poderia até incluir no show alguma sobra de Acabou chorare. Do álbum de estreia até a gravação do seu disco mais aclamado, a dupla Moraes & Galvão encheu um baú de músicas. Das sobras, apenas Três letrinhas saiu do ineditismo, foi gravada por Maria Monte, no disco Universo meu redor (2006). "A gente gravou alguma músicas numa fita de dois canais. Uma gravadora queria lançar, mas a gente não topou. Descobriram esta fita agora, pode ser que seja aproveitada, tem coisa inéditas”, conta Moraes.

A apresentação inicial de Acabou chorare foi feita em formato acústico, com Moraes Moreira e David Moraes, no Instituto Moreira Salles, no Rio. Foi tão bem-sucedida que a dupla recebeu convite do Studio RJ para mais um show. Depois veio o Circo Voador. Acabou virando turnê nacional, agora com uma banda, repetindo os mesmos arranjos e tocando os mesmos instrumentos do álbum original. Moraes Moreira não descarta uma reunião dos Novos Baianos para celebrar o disco, mas tampouco sinaliza para a possibilidade disto acontecer: “Cada um de nós está celebrando à sua maneira. Soube que Galvão está com um show com Acabou chorare. Não vejo problema em fazer sem eles, e não fica muito diferente, porque as vozes e os violões no disco são quase todas feitas por mim”.

Os baianos que faziam rock and roll (embora no disco inicial tenha até tango) tiveram a cabeça feita por João Gilberto. Numa das suas inesperadas aparições, surgiu sem avisar no apartamento onde moravam os conterrâneos: “João chegou e mudou tudo, mas ao mesmo tempo a gente não perdeu a pegada roqueira. O disco é de samba, mas também é de rock, é por isto que agrada à meninada até hoje”. Embutidas em Preta pretinha, Swing de Campo Grande e Mistério do planeta está a música que os jovens baianos curtiam na Salvador de finais dos anos 60: “Gente ouvia muito Jimi Hendrix, muito mesmo. Led Zeppelin, Janis Joplin, ouvia muito rock. E ouvia Caetano, que conhecemos em 1969, lá em Salvador, no bar O Brasa, que ele frequentava no tempo em que esteve confinado na cidade”, diz, referindo-se ao momento pouco antes da ida de Caetano e Gil para a temporada em Londres.

 

Disco

"O lado A, Besta é tu, é de uma chatice atroz. Isto apesar da competência sonora do grupo. A sensação é anestesiante, a letra vai sendo repetida e a gente pensa que, em vez de compacto, está ouvindo um LP interminável. Do outro lado as coisas melhoram. Acontecem transações curtidas e Baby Consuelo dá seu recado com voz gostosa. O título é Menina canta (sic). Tem uma coisa chatíssima: o disquinho foi muito mal-produzido, a gente não consegue ouvir o grupo que acompanha Os Novos Baianos, o ótimo A Cor do Som"…”.

O comentário é do crítico Ezequiel Neves (1935/2010), na coluna Toques, na edição de outubro de 1972, da primeira edição nacional da Rolling Stone. O compacto simples, com Besta é tu e A menina dança (e não “canta”, como escreveu Ezequiel), foi o primeiro pinçado do repertório do LP Acabou chorare, dos Novos Baianos, um disco fundamental não apenas para o ano da graça de 1972, como da história da MPB .

Mas o mesmo Ezequiel se renderia a Acabou chorare, na edição de novembro do jornal (na época a Rolling Stone não era ainda revista). Derramou-se em elogios ao álbum em meia página farta em adjetivos: “… Isso porque há muito tempo não bate na minha cuca uma coleção de sons tão fantasticamente eufóricos, um desbunde musical de deixar sua cuca completamente dissolvida de tanta alegria. Já ouvi o disco umas quinhentas vezes e vou continuar ouvindo até a vitrola se espatifar, e minha cuca também”.

Pode-se resumir Acabou chorare assim: um disco de MPB com espírito da contracultura que aportara no Brasil no final dos anos 60. Evidentemente, Acabou chorare, e os próprios Novos Baianos só foram possíveis graças à virada de mesa batizada de tropicalismo, e a uns bons conselhos fumados com João Gilberto, no lendário sítio que eles tinham em Jacarepaguá, Zona Oeste do Rio.

Serviço:
Festival Coquetel Molotov
21 e 22 de setembro
Centro de Convenções da UFPE (Av. dos Reitores, s/nº, Cidade Universitária). 

Fonte: Jornal do Comercio