Ontem (22/08) protocolei meu pedido de desfiliação do PT, para mim foi muito difícil tomar esta decisão, pois quase a totalidade de minha vida política, se fez no PT. Hoje, por ironia do destino, o TRE votou por unanimidade à cassação de um mandato de deputado estadual do PT, o mais inusitado ainda é que esta decisão se deu por utilização indevida da maquina pública, para benefícios eleitorais. Aliás o PT do Pará, não disse nada sobre as acusações sobre o ex-deputado Chico da Pesca, e a bancada do PT, tanto estadual como federal respondem há vários processos, alguns em segredo de justiça. Algo acontece no reino da Dinamarca, mas o Partido dos Trabalhadores, ao longo de sua trajetória de 31 anos sofreu metamorfose. O PT, quando foi fundado em fevereiro de 80, como um partido distinto e específico, para fazer a diferença, inclusive àqueles partidos que se diziam falar em nome dos trabalhadores na história do Brasil. Lideranças sindicais, ligadas ao novo sindicalismo, entre elas o Lula, grupos clandestinos, que se auto proclamavam revolucionários, e que haviam participado da luta contra a ditadura militar, foram algumas vertentes do PT, e somados a estes os militantes da esquerda católica.
Queríamos formar um partido dos trabalhadores, pelos próprios trabalhadores, um partido livre da tutela do estado e das lideranças burguesas. Eu entrei na universidade em 1978, e lá tomei contato com membros do PCdoB, lá iniciei uma militancia no movimento estudantil e fui eleita presidenta do DCE em 81. Conheci gente da Convergência Socialista, do MEP (onde militavam Luis Araujo e Antenor Junior) da OCDP (onde militava Edmilson Rodrigues), da OLN, do PCB (militava o Jordy), do MR8 (militava o João Batista), um grupo destes jovens idealistas entraram na ala discidente do PCdoB, que viria depois fundar o PRC, entre estes jovens estava: eu, Ana Julia, Jarbas Vasconcelos, Edir Veiga, Isa Cunha, Humbertinho, Humberto Cunha, Atanagildo Marcos (Gatão), Ademir Martins, Sergio Carneiro, Paulo Sergio, Valmir Bispo, Nonato dos Metalúrgicos, Hilda Selene, Edilene Franco, Carlos Boução, Gerson Dumont, Marcia Freitas, Paulo de Tarso e muitos outros, uma bela geração de sonhadores que se formou nos embates contra a Ditadura e nas organizações dos Movimentos Sociais dos anos 80, e que também construiu o PT. Aqui no Pará, o PT se formou desta geração de militantes, dos militantes da esquerda católica, que atuavam nas comunidades eclesiasticas de base, e por sindicalistas urbanos, que não queriam manter a frente política em que se transformou o MDB.
Em 1982, fiz campanha para Humberto Cunha para vereador de Belém, pelo PMDB. Sua coordenação política foi formada por mim, pelo Sergio Carneiro - ex-presidente do DCE, por Ana Júlia Carepa, Bancaria e ex-presidente do Centro Acadêmico de Arquitetura. Nunca fui filiada ao PMDB, mas quando fundamos o PRC, havia uma divergencia, se deveríamos ir para o PMDB e atuar na sua área popular ou ir para o PT. A posição majoritária do PRC no Pará e nacionalmente era para continuar no PMDB e não quebrar o principal instrumento de oposição à ditadura. No Pará, a célula estudantil – ZUMBI do PRC, advogou a tese de ir para o PT, e depois fomos. Mesmo em 81, ajudamos a colher assinaturas para o registro do PT. Já em 83, estava militando no partido, minha filiação oficial é de 1984.
O PT se organiza e sua marca nos anos 80 é de um partido vinculado aos movimentos sociais, fizemos campanha para as eleições diretas, pegamos muita porrada nos comicios das diretas já em Belém, pois a ordem era não deixar ninguém passar com camisas vermelhas. Para nossa geração, construímos um partido de massa e que se auto proclamava socialista. Os anos 80 foram anos de muita movimentação, a luta pelas diretas Já, pela liberdade de imprensa, pela organização dos movimentos de Mulheres, dos movimentos dos Negros, contra cassações do comando de caça aos comunistas e em todas essas, militantes do PT estava na luta. Eu e muito dos que citei aqui viemos desta tradição, de oposição, de organização dos trabalhadores, que deu na fundação da CUT, nas greves de Barcarena, que eu atuei como dirigente da Associação da Construção Civil, do combate com denuncias com a pratica de latifundiários de assassinar trabalhadores. construímos um partido muito vinculado aos movimentos sociais, onde se pensava que a luta institucional deveria ser secundaria. Foi nessa época que o PT cresceu, disputou as primeiras eleições à presidente em 1989, alis eu fiz parte da coordenação do Lula no Pará.
Em 1990, o PT no Pará concorreu ao governo do Pará, apoiando Almir Gabriel, do recém fundado PSDB, era uma aposta numa possível aliança, os anos 90 mudaram o PT, a ascensão de Mikhail Gorbachev, que fez uma transição para o caos, a desagregação na Europa central, a crie do bem estar em cuba, o desmantelamento da URRS,e o caráter que assumiu no Brasil, a transição pelo alto da ditadura pela democracia, dialogaram com PT e trouxeram mudança, nos anos 80, inicio dos anos 90, a bancada estadual e federal do PT crescia. Lula, após eleições de 89 tornava-se referencia para esquerda, o PT realizou seu primeiro congresso nacional em São Bernardo, e começou um processo de centralização e enrijecimento das instancias partidárias, para manter o controle do partido.
Articulou-se a chamada Articulação, encabeçada pelo próprio Lula. Aqui no Pará, a Articulação sempre controlou o partido, simbolizado politicamente com a eleição de Paulo Rocha - federal em 90, este grupo sempre deteve o poder interno do PT. Gostaria de ressaltar, que no Pará, esta grupo tem nomes variados, PT para Valer, AS, mas dentro do campo majoritário. A minha militância política no PT, sempre foi ligada a grupos minoritários, primeiro no PRC e depois em torno do mandato de Ana Julia, aliás minha comadre, madrinha de meu filho.
O enrijecimento do debate no PT começou nos anos 90, a polarização em torno dos seus chefes, fez com que a Articulação se construísse como centro dirigente. A campanha do Impeachment de Collor em 92, colocou uma tarefa muita importante para o PT: a luta pela moralidade e ética no trato da coisa publica.
Toma ânimo no Partido, um espírito de institucionalização, começa a aparecer, militantes profissionais, escasseiam-se militantes amadores, começa a se instituir uma burocracia dos funcionários e assessores de todos os tipos, que se construíram e se multiplicaram em torno das vitórias eleitorais, o que deu uma forte presença dos mandatos no interior do PT. Presença com poder de mando, e o PT começa a centrar fogo nas disputas eleitorais, e a transformar-se de um partido de reformadores e radicais em um partido eleitoreiro, de gestores da administração publica nos limites do sistema capitalista.
Nessa caminhada, a Convergência Socialista sai do partido em 92. Os anos 90 foram para o PT anos de crescimento e de estabilização. No Pará o apelo substancial do partido cresceu, e a referencia para o eleitorado aumentou. Em 1994 foi o primeiro ano em que o PT teve 25% dos votos para o governo do Estado. Em 1996, o PT ganha a prefeitura de Belém. Fiz parte de todas essas campanhas, sempre construindo o partido, sempre me colocando a disposição do PT, emprestando recursos, fazendo captação de recursos, coordenando campanhas e fazendo a boa política.
Em 1996 fui presidente da FUMBEL, tive todas minhas contas aprovadas, hoje avalio que minha saída da gestão do governo municipal, se deu em virtude das divergências políticas com então vereador Raul Meireles, que tinha entrado em rota de colisão com o prefeito, Raul foi meu companheiro por 14 anos e quem tinha sido premiado com a gestão na Fumbel. O PT se converterá em uma poderosa máquina partidária.
Nos anos 90, o PT crescia e se tornava dominante no âmbito das esquerdas, já em 93 o militante da ALN e do PT, Paulo Venscelau revela evidencias incontestáveis dos métodos corruptos e corruptores adotados pelo partido em São Bernardo, em 98 ele é expulso do partido. Em 95, no X encontro nacional do PT, Czar Benjamin importante assessor de Lula em 94 , apontou publicamente um processo de corrupção generalizado no PT. Vaiado e ameaçado de agressão o denunciante preferiu sair do partido, começava a germinar articulações em torno das prefeituras petistas, denuncias de diversos tipos ligadas a prefeituras petistas.
Aqui no Pará, a administração de Belém foi o carro chefe do modo petista de governar, houve divergências internas, a vice-prefeita Ana Júlia concorreu ao senado em 1998, perdeu, saiu com uma boa votação, mas não foi convidada a assumir nenhuma secretária, nem foi vice de Edmilson na reeleição, teve de sair candidata à vereadora, sendo a mais votada da história de Belém, com 27 mil votos.
Em 2000, várias lideranças haviam saído do PT, eu continuei e fiz campanha do PT e da Ana Julia. O que mudou no PT de 1980 a 2000 ? No Pará e no Brasil tornou-se um partido estadual e nacional, virou uma poderosa máquina eleitoral, construiu uma burocracia de funcionários, estava sob forte hegemonia da Articulação, não mais exercia grandes influencias nos movimentos sociais, se transformou num partido de parlamentares, executivos e assessores. Nesses anos foi nítidas a transformação do PT e a opção em administrar crises da República, apesar do partido manter uma retórica de confronto. Era um partido emergindo dentro de outro partido.
Em 2002 o PT ganha a presidência da Republica, Ana Júlia é eleita senadora mais votada no Pará. Ana não concorreu à eleição para o governo de 2002, por receio de não ganhar, o PT lançou Maria do Carmo que quase ganha de Almir.
Quero ressaltar que as relações da parlamentar Ana Júlia sempre foram tensas com o partido, ela nunca foi organizativa, e nunca se preocupou em criar uma tendência grande para disputar as instancias partidárias, mas sempre foi boa de voto. Fiz campanha para a candidata ao senado e fui convidada para ser sua assessora em 2003.
Em 2005, o Brasil inteiro se viu estarrecido, o governo Lula se viu afogado por escândalo em série, vindo de Roberto Jeferson, líder do PTB, que acusava o governo de pagar propinas a deputados em troca de votos – Mensalão. O PT ainda mantinha alta a bandeira da ética na política, mas viu-se envolvido em um mar de lama e negociatas e deixa estarrecido grande parte do eleitorado, inclusive os de classe média. Uma CPI foi montada, e um certo ódio de classe foi colocado às claras em cada denuncia. O PT e o presidente Lula desgastaram-se enormemente. No Pará o PT foi tomado de surpresa, eram poucas as lideranças que sabiam dos recursos que vieram para o Pará e, pelos quais o então deputado Paulo Rocha se viu envolvido, tendo que renunciar o mandato em 2005.
Lula sacrificou seus ministros mais importantes, Dirceu e Palocci. O PT sacrificou várias lideranças, entre elas José Genuíno. No Pará, Paulo Rocha foi sacrificado.
Em outubro de 2005, o PT faz seu 1º PED. No Pará, a chapa que concorreu contra o Campo Majoritário teve como presidente a então deputada Araceli Lemos (hoje no PSOL), nesse processo se fez a “meia culpa”, se democratizou o acesso às filiações, se instalou o processo de prévias eleitorais regulamentadas, se viu a necessidade de se renovar práticas partidárias. Eu acompanhei todo este processo e fazia parte deste campo, que fazia severas críticas ao partido que perdia uma de suas bandeiras - a da ética na política! mas acreditávamos na possibilidade de re-fundar o PT. Acreditávamos na possibilidade de revigorar valores de sua fundação.
Após esse PED, vários militantes saem do PT para fundar o PSOL. No Pará perdemos militantes históricos e importantes: Edmilson, Marinor , Araceli, Nery, Fernando carneiro, Neide Solimões, Baba, Aldenor Junior e outros militantes. Eu, e vários companheiros valorosos continuamos no PT, pois acreditávamos que ele era um partido em disputa e, que poderia ser re-fundado, nos aglutinamos em torno de uma articulação que depois veio a se chamar “Mensagem ao Partido” (grupo que estava Tarso Genro e Marina Silva) que não queria que as práticas que levaram à acusação do mensalão se perpetuassem no partido. Brigamos inclusive por um novo código de ética. Nesta articulação, estava a DS, tendência política da então senadora Ana Julia, muito pequena no Pará, mas no grupo nacional era a maior tendência da Mensagem ao Partido.
A eleição de 2006, para presidência da República reelegeu Lula. Como isso acontece? Mesmo depois da grave crise de 2005 (mensalão)? Ocorreu o improvável, a popularidade de Lula e do PT subiu em 2006. A recuperação de Lula e do PT foi devida a certas políticas públicas com grande impacto social: o bolsa família, o crédito consignado, o aumento do salário mínimo acima da inflação, a diminuição dos impostos da cesta básica, o aumento do emprego formal e informal, a retomada do desenvolvimento econômico, ou seja, o governo fez políticas públicas de massa e possibilitou no primeiro governo Lula a redução da miséria em 19.18%. As baixas e intermediarias classes da sociedade viram em Lula, um líder de sucesso, e reconheceram no seu governo ganhos simbólicos.
No Pará, a senadora Ana Júlia foi candidata ao governo do estado, como se deu a sua eleição já falamos neste blog. Ela não era a candidata do PT, fez-se necessário toda uma articulação para a substituição do nome de Mário Cardoso, pelo da Ana Júlia, já eleita senadora. Gostaria de lembrar aqui, que só três pessoas defendiam sua candidatura ao governo, Eu, Joana Pessoa e Charles Alcântara. Marcilio, Maurílio, Botelho e ela mesma eram contra. A campanha foi dura, sem dinheiro, na militância, no esforço, fiz parte da coordenação de campanha, estava na casa de Ana Julia, quando ela formou o governo, participei da formulação do programa de governo, que era coordenado pelo Guedes. Depois da campanha ganha muita gente apareceu.
Na reeleição em 2010, o PT perdeu a eleição em muitas cidades onde era governo, das 28 prefeituras administradas pelo PT no fim de 2010, ganhou apenas em 10. De toda a minha experiência no PT, posso dizer que: O PT NÃO TEM UM PROJETO PARA O PARÁ.
O PT não disse nada sobre o código florestal, a bancada votou dividida, não disse nada em relação ao novo código mineral, nada em relação a Lei Kandir e tem uma relação muito ambígua com a Vale do Rio Doce. O PT do Pará nada disse em relação a Belo Monte e nada vai dizer em relação as 19 hidroeletricas que o governo federal pretende implantar na região do Xingu, o PT do Pará nada diz em relação a política do Bio combustível na Amazônia e sua relação com a agricultura Familiar, o PT não sabe o que siginifica um novo modelo de desenvolvimento na Amazônia, que quebra a relação mino-metalurgica implantada nestes anos todos no estado, o PT nada tem a dizer sobre a política do ensino médio e técnico para a Amazônia e não tem uma política energética para o estado. O PT do Pará não é reconhecido a nível nacional como um formulador, nos dois governo Lula e agora no governo Dilma, o PT do Pará não conseguiu implantar um Ministro.
O governo Ana Júlia foi desastroso. Relembrando:
fez uma mini reforma do estado e não planejou a arrecadação para cobrir a máquina do estado, mas criou secretarias que se sobrepunham em suas áreas de atuação;
A governadora não teve controle orçamentário e financeiro do seu governo;
Perdeu muitos recursos federais que foram devolvidos, na área da educação, na saúde, no transporte;
Não implantou uma política de integração regional séria e consistente;
Não cumpriu com o PTP - só 20% das demandas haviam sido atendidas até abril de 2009;
Não fez uma política de gestão transparente, o seu portal da transparência, a maior parte do tempo ficou inoperante;
Não soube dialogar e construir uma política de aliança séria, pautada no respeito;
Principalmente, não combateu a corrupção. SEU GOVERNO FOI PONTEADO DE DENUNCIAS NO MINISTÉRIO PUBLICO. Denuncias dos kits escolares, na SEMA, na SEDUC, na SESPA, no SETRANS, no DETRAN, etc...
Há varias denuncias de corrupção envolvendo petistas e parlamentares eleitos, e que respondem em segredo de justiça;
Tenho conhecimento de atos ocorridos em relação às licitações das escolas técnicas com recursos do governo federal e que até hoje as obras não foram entregues. Ou seja, avalio que o PT no Pará, não tem um programa para o estado e que suas lideranças estão profundamentes desgatasdas.
No PT, é como se um ciclo tenha se fechado, e vai se passar muito tempo ainda para que o PT no Pará se recicle e se renove. Mas nada, no meu entendimento, aponta para essa mudança. A prova mais cabal disto é o balanço do governo Ana Júlia, e que as teses apresentadas, no PT, no Encontro do Diretório Estadual em 2010 e do Encontro Municipal em maio de 2011, foram proibidas de circular no interior do partido, além de serem recolhidas. Era a morte do debate, era a morte da vida, de um partido que se fecha, que aposta no uso da máquina governamental para captar recursos e votos.
Hoje a cassação, pela primeira vez, de um deputado estadual do PT, é um profundo desgaste para a imagem publica do partido, como foi o desgaste da não aprovação das contas da ex-governadora no empréstimo do 366. Hoje, não se pode bater no peito, como se fazia nos anos 80 e dizer que no PT não tem corrupto. Hoje uma grande parte da sociedade aposta no viés de políticas municipalistas desenvolvidas no governo federal. O PT não faz mais a diferença no campo da ética.
NÃO QUERO MAIS FAZER PARTE DESTA AGREMIAÇÃO QUE TOMOU GRANDE PARTE DE MINHA VIDA E DA MINHA JUVENTUDE. NÃO ESTOU CUSPINDO NO PRATO QUE COMI, QUANDO COMI, COMIA EM PRATO JUNTO COM VÁRIOS COMPANHEIROS, COMIA EM PRATO QUE ERA SERVIDO COM ÉTICA E VALORES MORAIS, QUE TINHA A DEFESA DOS VALORES SOCIAIS E DA COISA PUBLICA.
SE NÃO COMEMOS NO MESMO PRATO HOJE, NÃO SOU EU QUE CUSPI MINHA HISTÓRIA. NO MEU PRATO CONTINUO COMENDO DOS BONS VALORES DA MINHA FORMAÇÃO DE MILITANTE POLÍTICO DE ESQUERDA. FORJADA NA LUTA CONTRA A DITADURA E QUE NUNCA VIU SEU NOME ENVOLVIDO EM FALCATRUAS E CORRUPÇÃO.
"NÃO FUI EU QUE SAI DO PT, FOI O PT QUE SAIU DE MIM !!!"
Nenhum comentário:
Postar um comentário