sexta-feira, 12 de março de 2010

Conselho da Juventude vai priorizar agenda política


























Danilo Moreira, Eu e Igor Bruno no Congresso Nacional do PCdoB




Eleito por aclamação como o novo presidente do Conselho Nacional de Juventude (Conjuve), Danilo Moreira, diz que a prioridade do órgão este ano será apresentar uma plataforma de compromissos aos candidatos à Presidência da República. Entre os pontos a serem levantados, ele destaca a continuidade da atual política para a juventude e a convocação no primeiro semestre do próximo ano da 2ª Conferência Nacional da Juventude



O Conjuve é um espaço de diálogo entre a sociedade, o governo e a juventude. É um órgão consultivo do governo e assessora o mesmo na formulação e diretrizes das ações de políticas públicas para a juventude. Ex-diretor da União Nacional dos Estudantes (UNE) e atual secretário-adjunto da Secretaria Nacional de Juventude, ligado à Presidência da República, Danilo tomou posse nesta quarta (10) em Brasília e fica no cargo até 2011. Ele concedeu a seguinte entrevista ao Portal Vermelho


"Vermelho: Quais os avanços que podem ser pontuados em termos de política para a juventude após a realização da 1ª Conferência Nacional da Juventude?
Danilo Moreira: A gente vai chegando ao final do mandato do presidente Lula com inúmeras realizações apresentadas. A conferência aconteceu em 2008. Ela ajudou a impulsionar o que já estava em andamento e criar coisas novas. Nela, a juventude negra foi o tema prioritário, especialmente aqueles jovens que morrem violentamente, vítimas de assassinatos. Existe um programa do governo chamado Pronasci (Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania) com inúmeras ações para assegurar direitos a essa parcela da população. Acho que isso é uma conquista importante. Outra resolução da Conferência, na área de esporte, levantou a necessidade de se construir mais equipamentos nos bairros. Imediatamente após a Conferência o próprio Ministério do Esporte anunciou as Praças da Juventude. Isso é uma conquista que eu posso atribuir exclusivamente a Conferência. Tanto é que a Praça da Juventude é um ponto de partida para algo que será anunciado daqui a mais uns dias, ainda no governo Lula, como parte do PAC 2 (Programa de Aceleração do Crescimento). Ou seja, o tema da juventude passou a entrar numa agenda do principal programa do governo federal.

Vermelho: O que será anunciado nessa área?
DM: Está sendo debatido um equipamento para a juventude, um espaço que possa integrar a área de cultura, esporte e os movimentos juvenis. Mas isso é um anuncio que ainda será feito no fim de março ou começo de abril, inclusive pela ministra Dilma (Rousseff – ministra-chefe da Casa Civil) que é a responsável pela condução do PAC.

Vermelho: Em muitas ocasiões a tua geração já foi tratada por estereótipos. O principal deles é que se trata de uma juventude alienada. O que você acha disso?
DM: Acho isso uma injustiça, a geração atual carrega essa injustiça. Sempre atribuem a ela esse mito da apatia, a não participação, o distanciamento da política que não é muito verdadeiro. Geralmente nos comparam as gerações anteriores da década de 60, 70, mas se você observar do ponto de vista até quantitativo o número de jovens que participa hoje é muito maior. Se você observar nossa Conferência Nacional foram 400 mil participantes no processo. Você tinha lá jovens organizados em diversos movimentos, hoje felizmente o movimento de juventude não é sinônimo de movimento estudantil. A gente acha importante movimento estudantil, mas há jovens que lutam pelo meio ambiente, jovens trabalhadores, trabalhadores rurais. Então isso é bom, você tem diversidade de movimentos juvenis.

Vermelho: O que você acha do movimento Hip Hop?
DM: É uma grande manifestação, outra linguagem. Linguagem da cultura, do grafite, corporal, a dança de rua e tem uma mensagem política, mas não é só o Hip Hop tem outros movimentos. Mas o que existe e, é importante dizer, é que existe uma exclusão política da juventude, não uma apatia. Existe uma exclusão. Se você observar desde a redemocratização você ver quantos jovens deputados federais eleitos no Brasil. Então tem um número que não ultrapassa 2%. Você tem uma população hoje no Brasil que é de 50 milhões de jovens que equivale a 26% da população brasileira, mas no Congresso Nacional você tem 2% (de jovens) deputados federais.

Vermelho: Do ponto de vistas das eleições 2010, o que se pensa em termos de juventude?
DM: Eu vejo com otimismo, inclusive esse será o principal ponto de atuação do Conselho este ano. Nós vamos reeditar uma ação chamada pacto pela juventude, que foi uma estratégia que nós realizamos na campanha a prefeito em 2008. Nós vamos discutir pelo Conselho Nacional da Juventude uma plataforma para ser apresentada a todos os candidatos a presidente".


Veja a entrevista na Integra no vermelho

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