quinta-feira, 29 de março de 2012

Pará é alvo de CPI do Trabalho Escravo



A Câmara dos Deputados instalou ontem a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Trabalho Escravo, que vai investigar empresas e empregadores que mantêm trabalhadores em regime análogo à escravidão. A CPI do Trabalho Escravo tem como base a chamada 'lista suja' elaborada pelo Ministério do Trabalho, que inclui 294 empregadores, entre pessoas físicas e jurídicas, acusados de explorar mão de obra sem efetivar direitos trabalhistas ou humanitários. 'A CPI vem com o objetivo de colocar a questão do trabalho escravo num plano mais amplo de avaliação das condições de trabalho no Brasil', afirmou o deputado Cláudio Puty (PT-PA), autor do pedido para a criação da CPI e eleito o presidente da comissão.

Na reunião de instalação foram escolhidos o presidente, os três vice-presidentes e o relator. O presidente eleito disse que o objetivo da CPI é de melhoria na legislação e admitiu que existem divergências na discussão do tema, mas que não serão obstáculos para avançar nas melhoria das condições de trabalho. Cláudio Puty anunciou o nome do relator da CPI, o tucano Walter Feldman (SP). O petista ainda comentou que a CPI é necessária porque os casos recorrentes de trabalho escravo demonstram que a legislação vigente não tem sido suficiente para resolver o problema, 'que não é só trabalhista, mas também de direitos humanos', destacou. E disse que 'na quinta-feira passada, o IBGE revelou que batemos recorde na geração de trabalho, portanto temos condições de dar salto para o futuro para transformar esse país em um país de classe média, no campo e na cidade'.


Cláudio Puty falou sobre a importância da CPI para o Estado do Pará, campeão de casos de trabalho escravo no país. 'É inadmissível para o Brasil, para os paraenses e para os defensores dos direitos humanos essa situação. Então, a CPI vai focar muito no Pará. O nosso objetivo não é humanizar a CPI. Nosso objetivo é entender as causas e entender como nós podemos melhorar a legislação, que não está dando conta, já que poucos são punidos. E contribuir para erradicar essa chaga. Então, para o Estado, a importância é combater essa triste realidade', destacou.

Fonte: O Liberal

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