quinta-feira, 19 de julho de 2012

"Todos os esforços estão sendo feitos" afirma governo sobre greve



O Ministério do Planejamento declarou, por meio de sua assessoria de imprensa, que está fazendo “todos os esforços possíveis para atender a reivindicação dos servidores públicos federais, em greve há cerca de um mês. Nesta quarta-feira (18), quando foram intensificadas as manifestações da categoria, cinco reuniões com representantes da Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef), aconteceram no prédio do Planejamento.





Segundo a Pasta, não há margem orçamentária para melhorar a proposta de reestruturação da carreira dos servidores. Entre 2002 e 2003, houve um esforço para reestruturação das carreiras públicas. Ainda de acordo com a pasta, desde então as carreiras têm obtido ganhos. Na negociação de 2007 ficou estabelecido reajustes acima da inflação em 2008, 2009, e 2010. 


Naquela época o cenário era diferente do atual, quando a realidade era a de um país que "galopava no crescimento". Atualmente, a folha de pagamento corresponde a 4% do Produto Interno Bruto - com gastos em torno dos R$ 190 bilhões. Se as reivindicações dos servidres forem atendidas chega a 6%, somando mais R$ 92,2 bilhões, quase 50% a mais da atual folha de pagamento.


Os trabalhadores, por sua vez, questionam a política fiscal "conservadora" que tem arrochado os salários. Em nota divulgada recentemente, no Vermelho, o presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Wagner Gomes, lembrou a questão do PIB.


"O tom intransigente com que o governo reagiu aos grevistas provocou indignação entre os trabalhadores e no movimento sindical, que afinal participaram intensamente da campanha pela eleição da presidenta Dilma em 2010. A paralisação tem um motivo forte e justo. Os gastos com pessoal da União caíram de 4,8% do PIB no governo Lula para 4% atualmente", diz um trecho da nota.


Com o cenário de crise financeira internacional, a prioridade do governo é manter o crescimento da economia para evitar o desemprego, segundo declarou na tarde desta quarta, o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, ao ser questionado sobre a greve no setor da Educação.


“A proposta apresentada pelo governo é quase R$ 4 bilhões [de recursos para custear o plano até 2014]. No momento, em função da crise internacional, a prioridade do governo é usar essa capacidade fiscal para o Brasil crescer e manter o emprego de quem não tem estabilidade”, disse Mercadante.


Já os trabalhadores, afirmam que a "culpa não pode ser atribuída exclusivamente à crise mundial do capitalismo, que hoje tem por epicentro a Europa. A política econômica, herdada do neoliberalismo tucano e consagrada na Carta aos Brasileiros, é uma causa igualmente relevante das dificuldades."


"Esperamos que consigamos avançar nas negociações. Agora, a MP 568, que prevê 4% de reajuste retroativo ao mês de março deste ano, atende várias categorias do funcionalismo", declarou, aoVermelho, a Comunicação do ministério.


Com relação ao fato político em si, o ministério afirmou que constituir greve trata-se de um direito legítimo do trabalhador. 


"Para o governo, a greve dos servidores é direito legítimo e constitucional. É claro que preferíamos que não houvesse uma greve. Mas, se os servidores acham que precisam se mobilizar, que é o momento para isso, o que temos que fazer é manter as negociações com as categorias e trabalhar para que eles entendam todo o cenário e o que é possível fazer e sempre com responsabilidade fiscal. O governo tem que olhar a partir de vários aspectos, não somente o do servidor, para não onerar demais o orçamento", detalhou a fonte da Comunicação do Planejamento.


Na página 79, do Boletim Estatístico de Pessoal, do MP, é possível conferir uma tabela da evolução dos salários dos servidores desde 1995, segundo dados do governo.


Representantes da Condsef não foram encontrados para confirmar as reuniões citadas.


Fonte:Vermelho

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