terça-feira, 17 de abril de 2012

Ato em Eldorado lembra os 19 mortos no massacre

Nesta terça-feira, 17 de abril, às 17h, um ato ecumênico na chamada Curva do S, na Rodovia PA-150, próximo a Marabá, marcará a passagem dos 16 anos do Massacre de Eldorado dos Carajás, quando 19 trabalhadores sem-terra foram mortos e mais de 60 ficaram feridos, durante um confronto com a Polícia Militar. Os trabalhadores estavam acampados na rodovia e esperavam transporte para fazer uma manifestação na sede do município.

O ato ecumênico com representantes de várias religiões será o ponto alto da programação que o Movimento dos Sem-Terra (MST) preparou para a passagem do episódio. No local onde aconteceu o massacre, vão formar a manifestação as famílias das vítimas e integrantes dos acampamentos Lourival Santana e 26 de Março e dos assentamentos 17 de abril, 1º de março, Palmares, Canudos e Cabanos. 

Desde o dia 10 deste mês acontece no município o acampamento pedagógico da juventude do MST Pará, onde cerca de 700 jovens estão acampados, "em um momento de memória, lembrança, formação e debate sobre a violência no campo", como caracterizou o líder do movimento no Pará, Ulisses Manaças.

O acampamento e o marco da passagem do massacre fazem parte de uma mobilização nacional do MST, denominada "Abril Vermelho", que vai até dia 20 deste mês. Durante o período o movimento vai realizar ocupações, encontros e programações que visam alertar a sociedade para a luta pela Reforma Agrária. O "Abril Vermelho" também marca a negociação anual da pauta do movimento com o governo federal, que tem sido duramente criticado pelo baixo número de assentamentos realizados no último ano.

Segundo o MST, atualmente existem 22 acampamentos no Pará, onde quatro mil famílias esperam pela regularização fundiária.


Em Belém não haverá protesto
Este ano, pela primeira vez após o massacre, o movimento optou por não fazer nenhuma manifestação na capital paraense por falta de estrutura e recursos, concentrando suas ações no município de Carajás.
Anteriormente, o movimento fez vários protestos em Belém e em Eldorado, mas este ano, somente no final do mês os integrantes virão à capital para se reunir com Incra e Iterpa para cobrar serviços públicos, como escolas, unidades de saúde, estradas e outras ações, além do assentamento de mais de 12 mil famílias acampadas, aguardando que os programas da reforma agrária os acolha.

Fonte:(DOL)

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