Um
século depois da inauguração do “esplendido e brilhante Cinema Olympia,
admiravelmente installado, em soberbo edifício”, como descreveu a
reportagem do jornal A Província do Pará de 25 de abril de 1912, um dia
depois da abertura, o espaço ganha uma grande programação com direito a
recital com execução da Valsa Olympia, tocada na estreia do cinema, exibição de filmes e lançamento de livro sobre a história e importância do local para a cultura paraense.
A festa está marcada para esta terça-feira, 24, e encerrará no Theatro da Paz com o show da soprano Carmen Monarcha. A apresentação inclui temas de filmes e interpretações de autores brasileiros como Chico Buarque, Vinicius de Moraes e Villa-Lobos.“Toda a programação foi montada com a colaboração de gente que veio aqui se oferecer para ajudar. Pessoas e empresários que espontaneamente se propuseram a contribuir com homenagens ao centenário. Isso porque a população de Belém tem paixão pelo Cine Olympia”, conta Nazaré Moraes, há cinco anos gerente do Cine Olympia.
Ela garante ser um privilégio estar à
frente do espaço, diante do carinho manifestado pelo público. “Só para
se ter uma ideia, nós fizemos a exibição de doze filmes já em alusão aos
cem anos do cinema e o público foi muito participativo. O encerramento
foi com ‘E o vento levou...’ e as pessoas aplaudiram de pé
espontaneamente. Isso foi muito tocante”, emociona-se Nazaré.A festa está marcada para esta terça-feira, 24, e encerrará no Theatro da Paz com o show da soprano Carmen Monarcha. A apresentação inclui temas de filmes e interpretações de autores brasileiros como Chico Buarque, Vinicius de Moraes e Villa-Lobos.“Toda a programação foi montada com a colaboração de gente que veio aqui se oferecer para ajudar. Pessoas e empresários que espontaneamente se propuseram a contribuir com homenagens ao centenário. Isso porque a população de Belém tem paixão pelo Cine Olympia”, conta Nazaré Moraes, há cinco anos gerente do Cine Olympia.
Neste domingo, 22, centenas de pessoas lotaram o Cine Olympia para discutir temas relacionados à produção cinematográfica no seminário "O primeiro século do cinema Olympia: histórias, desafios e perspectivas", que abriu as comemorações pelo aniversário do mais antigo cinema em funcionamento no Brasil.
A programação teve ainda a exibição dos filmes "Matinta" de Fernando Segtowick e "Ribeirinhos do Asfalto" de Jorane Castro. “Eu vim aqui para rever o cinema e assistir um filme porque deu saudade”, conta a enfermeira aposentada Bárbara Carvalho, que diz ter frequentado muito o espaço durante a adolescência.
Dos cem anos do Cine Olympia, mais da metade teve grande importância na vida do casal de críticos de cinema Pedro Veriano e Maria Luzia Álvares. Foi lá que os dois se conheceram durante uma sessão e iniciaram um romance que hoje soma cinquenta e cinco anos entre namoro, noivado e casamento. Ainda hoje, a relação da família com o espaço é estreita. Na noite do centenário, eles vão lançar o livro "100 Anos da História Social de Belém (1912-2012)", onde recontam detalhes sobre a vida cultural da capital paraense vivenciada no Olympia. “Eu venho pra cá desde bem pequeno. Via tudo que é tipo de filme, inclusive grandes produções e os dramalhões mexicanos. Foi onde aprendi muito de cinema”, conta Pedro Veriano. A esposa Maria Luzia, explica que a paixão do casal contagia o restante da família. “Nossas quatro filhas são apaixonadas por cinema e os nossos netos também”, relata orgulhosa.
Também testemunha e participante da história das ameaças de fechamento e reabertura do Cine Olympia, o operador cinematográfico, ou projetista como é mais conhecido, Luiz Otávio Muniz, se emociona ao falar da relação com o espaço. Há 21 anos na atividade, ele atuou nos cinemas Palácio, Nazaré e Iracema, todos pertencentes ao mesmo grupo do Olympia, e viu uma a uma as casas de exibição fecharem as portas. “Em 2005, a gerente me chamou para falar que o DVD tinha provocado uma crise no cinema e dizer que eu estava demitido”, relata.
Pouco mais de um ano depois, Luiz voltou ao cinema na reabertura do cine Olympia pela Prefeitura de Belém após a mobilização da sociedade contra a ameaça de fechamento do espaço. “Isso aqui é minha vida, passo mais tempo no cinema do que em casa com a minha família. Agora estou ensinando para o meu filho como se faz a exibição”, conta.
Nesta terça-feira, a comemoração dos cem anos do Cine Olympia pretende relembrar a grandeza da abertura do espaço que recebeu a elite da sociedade belenense em um grande evento social na noite de 24 de abril de 1912, com a apresentação de orquestra.
Para relembrar a data, haverá execução da música do centenário composta pelo maestro Altino Pimenta na década de 70 em homenagem ao cinema e também uma peça composta pelo músico Salomão Habib também para homenagear o espaço. A programação será restrita para quinhentos convidados entre autoridades e personalidades da cultura paraense. Oito pessoas serão condecoradas pela importância na história do centenário.
Serviço:
Celebração dos 100 anos do Cine Olympia
Data: 24 de abril (terça-feira)
Hora: 18h30
Local: Cine Olympia – Avenida Presidente Vargas com Primeiro de Março.
Fonte: Prefeitura de Belém
Tânia Menezes/Fotos: Paulo Akira
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