segunda-feira, 23 de abril de 2012

Moradores de Icoaraci estão sem água há dias


Moradores de Icoaraci estão sem água há dias (Foto: Marco Santos)
(Foto: Marco Santos)

Os moradores de Icoaraci, Distrito de Belém, denunciam os transtornos provocados pela falta de água. O problema acontece há quase duas semanas e atinge, pelo menos, sete ruas da comunidade. Centenas de pessoas contam com a solidariedade de vizinhos que possuem poços para poder ter água em casa, ou são obrigadas a comprar garrafões de água mineral para beber, cozinhar e lavar. Revoltada com a situação, a comunidade pede que o Serviço de Abastecimento de Água e Esgoto de Belém (Saaebe) tome providências imediatas, porque a conta de água chega aos consumidores, mas a água não. O problema atinge as sete primeiras ruas de Icoaraci.

Os transtornos começam no início da manhã, quando trabalhadores e estudantes precisam da água para tomar banho e preparar o café. Mas ficam indignados ao abrir as torneiras e vê que não cai uma gota de água. São obrigados a recorrer ao banho de cuia. O problema é mais grave porque para encher os baldes, os moradores têm que recorrer aos vizinhos. A dona de casa Maria de Lourdes, que sofre de reumatismo, se queixa que não consegue mais caminhar diversas vezes ao dia até a outra rua para encher os baldes de água na casa da vizinha. “Isto sem contar que a conta de energia dela aumentou porque tem que ligar a bomba diversas vezes ao dia para encher a caixa d’água dela. A gente fica envergonhada de estar pedindo, mas o que se pode fazer se não temos água nas torneiras de casa?”, lamentou.

Era por volta de 10h30 de ontem quando Jorge Costa dos Santos, que mora há 45 anos na travessa Lopo de Castro, abria a torneira que fica na parte mais baixa de sua casa para tentar verificar se depois de nove dias a água já teria voltado. “Não tem nada faz tempo – e bote tempo nisso”, se queixava. “Esse mês a gente não devia nem pagar a conta de água porque não consumimos nada”, desabafou o morador.

Na rua Cel. Juvêncio, a aposentada Célia Pascoal tentava de alguma forma preparar o almoço. Na pia da cozinha uma pilha de louças para lavar, mas não tinha como. Ela abria as torneiras, mas sem êxito. Para cozinhar teve que comprar dois garrafões de água mineral que lhe custaram R$ 9. “Já pensou gastar nove reais por dia só para comprar água para cozinhar? Esta situação já dura cerca de duas semanas”.

O gerente de um restaurante, Érico Lopes, teve de contratar um rapaz somente para carregar balde de água da casa do vizinho até o estabelecimento. “O cliente chega aqui e não pode nem lavar as mãos. Vejam quantos baldes a gente tem que carregar!”, criticou. A reportagem tentou contato com o Saaebe ontem, mas ninguém atendeu as ligações. 

Fonte:(Diário do Pará)

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