(Foto: Marco Santos)
Os moradores de Icoaraci,
Distrito de Belém, denunciam os transtornos provocados pela falta de
água. O problema acontece há quase duas semanas e atinge, pelo menos,
sete ruas da comunidade. Centenas de pessoas contam com a solidariedade
de vizinhos que possuem poços para poder ter água em casa, ou são
obrigadas a comprar garrafões de água mineral para beber, cozinhar e
lavar. Revoltada com a situação, a comunidade pede que o Serviço de
Abastecimento de Água e Esgoto de Belém (Saaebe) tome providências
imediatas, porque a conta de água chega aos consumidores, mas a água
não. O problema atinge as sete primeiras ruas de Icoaraci.
Os transtornos começam no início da
manhã, quando trabalhadores e estudantes precisam da água para tomar
banho e preparar o café. Mas ficam indignados ao abrir as torneiras e vê
que não cai uma gota de água. São obrigados a recorrer ao banho de
cuia. O problema é mais grave porque para encher os baldes, os moradores
têm que recorrer aos vizinhos. A dona de casa Maria de Lourdes, que
sofre de reumatismo, se queixa que não consegue mais caminhar diversas
vezes ao dia até a outra rua para encher os baldes de água na casa da
vizinha. “Isto sem contar que a conta de energia dela aumentou porque
tem que ligar a bomba diversas vezes ao dia para encher a caixa d’água
dela. A gente fica envergonhada de estar pedindo, mas o que se pode
fazer se não temos água nas torneiras de casa?”, lamentou.
Era por volta de 10h30 de ontem quando
Jorge Costa dos Santos, que mora há 45 anos na travessa Lopo de Castro,
abria a torneira que fica na parte mais baixa de sua casa para tentar
verificar se depois de nove dias a água já teria voltado. “Não tem nada
faz tempo – e bote tempo nisso”, se queixava. “Esse mês a gente não
devia nem pagar a conta de água porque não consumimos nada”, desabafou o
morador.
Na rua Cel. Juvêncio, a aposentada Célia
Pascoal tentava de alguma forma preparar o almoço. Na pia da cozinha
uma pilha de louças para lavar, mas não tinha como. Ela abria as
torneiras, mas sem êxito. Para cozinhar teve que comprar dois garrafões
de água mineral que lhe custaram R$ 9. “Já pensou gastar nove reais por
dia só para comprar água para cozinhar? Esta situação já dura cerca de
duas semanas”.
Fonte:(Diário do Pará)
Nenhum comentário:
Postar um comentário