Os efeitos prejudiciais das mudanças climáticas serão capazes de provocar uma perda de quase R$ 800 bilhões no Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil até 2050, segundo dados apresentados pelo economista Marcelo Diniz, diretor do Instituto de Ciências Sociais Aplicadas da Universidade Federal do Pará. “É o risco de não se dar importância a esse problema. As mudanças climáticas impõem uma necessidade de as economias criarem condições internas para mitigar esses efeitos e tornar isso oportunidade de mercado”, afirmou Diniz durante a mesa-redonda “Economia verde e inclusão social”, no primeiro dia do seminário Amazônia + 20, realizado na UFPA.
Economia verde, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU) seria uma economia que resulta em melhoria do bem-estar da humanidade e igualdade social, ao mesmo tempo em que reduz significativamente riscos ambientais e escassez ecológica. Essa tem sido a mais recente palavra que passou a entrar no vocabulário do chamado desenvolvimento sustentável. Tem pautado teoricamente municípios e governos. “Dá a possibilidade de criar um novo quadro, mas não muda efetivamente o modelo capitalista”, diz o sociólogo Alberto Teixeira, 53, mediador do debate. De acordo com a ONU, o crescimento de renda e de emprego deve ser alavancado por investimentos públicos e privados que reduzem as emissões de carbono e poluição e aumentam a eficiência energética e o uso de recursos, além de prevenir perdas de biodiversidade, que hoje é um risco real. “A perda da biodiversidade é grave. Considerando-se o ritmo do desmatamento das florestas tropicais, o risco de extinção de espécies pode chegar a 0,014%. Parece pouco, mas não é”, afirmou Diniz.
O seminário Amazônia + 20 é uma das atividades preparatórias da UFPA para a Rio + 20, a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, evento realizado entre os dias 13 e 22 de junho no Rio de Janeiro. “O grande debate é o modelo de desenvolvimento que queremos. E as universidades têm de ser agentes desse processo”, disse Alberto Teixeira, um dos organizadores do seminário. A abertura do evento previa uma conferência da ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, que não ocorreu. O reitor da UFPA Sérgio Maneschy homenageou o ambientalista Camilo Viana, inclusive com o anúncio de um prêmio para práticas ambientais sustentáveis que leva o nome de Viana, um dos pioneiros das causas ambientais na universidade. O seminário encerra hoje com mais três debates que envolvem a discussão dos territórios de populações tradicionais, serviços ambientais e o futuro da Amazônia.
Fonte:(Diário do Pará)
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