quinta-feira, 24 de maio de 2012

Ato lembra morte de extrativistas em Nova Ipixuna



Várias entidades e movimentos sociais participam na manhã de hoje, no município de Nova Ipixuna, de um ato público que irá lembrar um ano da morte do casal de extrativistas José Claudio Ribeiro e Maria do Espírito Santo, vítimas de uma emboscada na manhã do dia 24 de maio do ano passado, em uma estrada vicinal que dá acesso ao Projeto de Assentamento Praialta Piranheira, situado na zona rural do município. Para reviver a memória e luta do casal, exigir a punição dos responsáveis pelo crime e segurança das lideranças que atuam no assentamento, a Associação do Assentamento, o Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Nova Ipixuna, a Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetagri) regional e a Comissão Pastoral da Terra (CPT) de Marabá, vão realizar um ato público no local onde o casal foi assassinado.

No dia do crime, José Cláudio e Maria do Espírito Santo se dirigiam de moto para a sede do município, localizada a 45 km do assentamento quando, ao passarem por uma ponte em péssimas condições de trafegabilidade, foram alvejados com vários tiros de escopeta e revólver calibre 38, disparados por dois pistoleiros que se encontravam de tocaia dentro do mato na cabeceira da ponte. Os dois ambientalistas tiveram morte instantânea, sendo que os pistoleiros ainda cortaram uma das orelhas de José Cláudio e a levaram como prova do crime. Dois meses mais tarde, a polícia civil paraense conseguiu prender os envolvidos no crime.

Na tarde de ontem, a CPT divulgou uma nota lamentando que o Tribunal de Justiça do Pará ainda não tenha marcado a data do julgamento dos envolvidos no crime. No documento, a CPT afirma que gravações telefônicas autorizadas pela Justiça apontam a existência de mais pessoas envolvidas no duplo assassinato. 'Genivaldo Oliveira Santos, o Gilsão, e Gilvan, proprietários de terras no interior do assentamento Praialta Piranheira, também teriam participação no crime. José Rodrigues, antes de ser preso, em conversa com seu irmão de nome Dedé, pediu para o mesmo pressionar os dois a contratar advogados para fazer sua defesa, caso contrário os denunciaria', afirma a nota da CPT.

A CPT afirma, ainda, que após os assassinatos a região foi esquecida pelas autoridades. 'Como não acontecem ações repressivas, pouco a pouco os madeireiros estão retornando para a região'. A CPT ressalta que foi retirada a proteção da Força Nacional e que o Programa Federal de Proteção a Defensores de Direitos Humanos continua sem recursos suficientes para garantir a segurança dos ameaçados de morte. 'A professora Laísa Sampaio, irmã de Maria do Espírito Santo, continua residindo no interior do assentamento, recebendo ameaças e sem nenhuma proteção', denuncia a coordenação da Comissão Pastoral da Terra.

Fonte: Portal ORM

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